É inacreditável o número de 360 mulheres mortas vítimas de violência doméstica no Estado do Rio de Janeiro em 2015. E no ano anterior a situação foi pior: 420 mulheres foram assassinadas nessas circunstâncias, o que demonstra o quanto nossa sociedade precisa mudar.
Na semana em que ganhou repercussão o caso da modelo e atriz Luiza Brunet, que afirmou ter sido agredida pelo companheiro, pessoa de posses e boa condição social, se evidencia que o problema não tem raiz econômica como muitos podem querer justificar.
Culturalmente nosso país ainda é bastante atrasado, preconceituoso e machista, ainda tendo muito a avançar. Mas, apesar do número da violência doméstica cometida contra as mulheres persistir na condição de alarmante, muito já foi conquistado, principalmente no atendimento às vítimas.
O caso recente da jovem vítima de estupro coletivo mal atendida numa delegacia do Rio resultou num avanço: a aprovação pela Assembleia Legislativa da lei de autoria das deputadas Marta Rocha (PDT) e Zeidan (PT) que estabelece, sempre que possível, a presença de pelo menos duas policiais mulheres por plantão nas delegacias de Polícia Civil dos municípios do interior.
A proposta reforça a importância da mudança no protocolo de atendimento que a polícia adotou após o desastroso caso da adolescente em Jacarepaguá. As autoras dizem que a maioria das cidades do interior do Estado não possui delegacias especializadas, o que faz com que o atendimento à mulher vítima seja realizado por um homem, podendo resultar em constrangimento para a vítima na hora do registro da ocorrência policial.
Ainda há muitas etapas a vencer e obstáculos a superar para que esse dossiê da vergonha deixe de existir.
Dossiê da vergonha
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