Expectativa no Mercado São Pedro

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Obras da prefeitura incluem iluminação, acessibilidade, higiene e paisagismo no entorno do Mercado São Pedro

Evelen Gouvêa

O entorno do Mercado São Pedro, no Centro, deve passar por revitalização e receber mais opção de estacionamento. Para a Associação dos Comerciantes e Amigos do Mercado São Pedro, a mudança vai atrair novamente os clientes e alavancar as vendas de pescado, em queda de 50% desde junho deste ano. Segundo o diretor da organização, Attílio Guglielmo, comerciantes aguardam ansiosamente o plano de nova dinâmica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria Naval e Petróleo e Gás. 

“Clientes já encontram limpeza e segurança dentro da galeria, mas a chegada não está bonita, faltam vagas, tem ação de flanelinhas e isso prejudica. Fizemos reunião, o plano está adiantado, sendo finalizado para apresentar à população. Será uma luz no fim do túnel para atrair os consumidores”, apontou. 

De acordo com o secretário Luiz Paulino Moreira Leite, responsável pela pasta, o projeto estudado para o local inclui melhoria na iluminação, acessibilidade, higiene, paisagismo e mais conforto para os consumidores.

“A prefeitura tem projetos para a orla do Centro, com o Caminho Niemeyer, um Centro de Convenções e outros empreendimentos que estão sendo sondados. Atualmente, não há arborização ou áreas de esporte na região. Felizmente, o plano chegou no mercado, um local muito conhecido da cidade”, disse, confirmando que o estudo está em andamento. 

Segundo os comerciantes do mercado de peixe, as vendas caíram mesmo em datas típicas para o pescado como Natal e Semana Santa. O motivo, segundo eles, seria a crise financeira brasileira e o fato do pescado não ser um hábito da população, como carne e frango. 

Os comerciantes afirmam que o custo diário dos boxes é alto e que a arrecadação do final de semana, com a visita de turistas, pode não ser suficiente para a demanda. Com a crise, muitos proprietários acabaram vendendo ou alugando seus boxes, no entanto, Guglielmo afirma que o perfil do estabelecimento não mudou.

“Conseguimos manter a qualidade e o preço que nos fizeram conhecidos. A concorrência entre os boxes acontece e cada um é responsável pelo seu desconto. A revitalização será um respiro, a situação está difícil, tem o produto mas não tem cliente”, comentou. 

As amigas Maria Freire, de 63 anos, e Antonia Mendes, 70, não trocam o Mercado de São Pedro por nenhum outro comércio. O peixe fresco e o atendimento são qualidades que elas acreditam ser primordiais na hora da venda. 

“Os preços não estão baratos no mercado brasileiro, principalmente dependendo da sua renda, mas sabemos da qualidade oferecida aqui”, disse Antonia, completando que o preço do salmão está em conta.

Em julho, a Prefeitura de Niterói havia informado que os projetos de revitalização da Orla Arariboia e Icaraí estavam sendo elaborados. Na região central, a revitalização se estende entre o Mercado de Peixe São Pedro e o Reserva Cultural, em São Domingos, com projeto básico de Urbanismo orçado em R$1.044.651,21. 

Terminal Pesqueiro de Niterói – Outra iniciativa para o setor de pesca na cidade é o Terminal Pesqueiro de Niterói, inaugurado há quatro anos pelo Ministério da Pesca na Avenida do Contorno, no Barreto, próximo à Ponte Rio-Niterói, mas que nunca funcionou. No entanto, um projeto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Niterói promete colocar a cidade entre as principais no país em receptação, exportação, distribuição e venda de pescado. 

Através de iniciativa Público Privada (PPP), a prefeitura quer construir um entreposto de pesca aos moldes de grandes mercados internacionais. Na próxima semana, o secretário Luiz Paulino vai a Brasília pedir a cessão do terreno. O projeto desenvolvido pelo Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), e pela Federação Nacional dos Trabalhadores de Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA), foi apresentado à prefeitura, que diz estar buscando os meios necessários e legais para tirar as plantas do papel. O plano é orçado em cerca de R$ 5 milhões.

De acordo com o Executivo, os locais de desembarque pesqueiro de Niterói e São Gonçalo são provisórios e não comportam a demanda dos municípios. Com o objetivo de alavancar as condições econômicas e de trabalho para a pesca comercial industrial e artesanal, a Secretaria está pleiteando, junto ao Ministério da Agricultura, carta branca para que o Centro Integrado de Pesca Artesanal (CIPAR) de Niterói passe a ser de gestão municipal. 

Além disso, a prefeitura pretende ampliar o terminal pesqueiro utilizando o terreno ao lado, usado para produção de asfalto pela Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa). O objetivo é que a população também aproveite o espaço como entretenimento. Para isso, o local terá prédio principal para comercialização, fábrica de gelo, área para expedição e recepção de pescados junto ao cais, expedição rodoviária, área das docas, além de espaços para lojas e restaurantes.

“A construção do entreposto de pesca em Niterói vai proporcionar o aumento da produção pesqueira no Estado do Rio de Janeiro e incentivar e agregar valor ao produto, despontando Niterói entre as principais cidades do Brasil. Também vai gerar empregos e atrair turistas como nos grandes mercados mundiais”, explica o secretário.