Feira vegana agita o domingo em Itacoatiara

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Idealizador do evento, Anderson Vianna destinará todo o lucro da feira para a construção de um canil

Foto: Colaboração/ Ana Paula Soares

Depois de uma temporada sem sol, os moradores da Região Oceânica de Niterói comemoraram os 27 graus de temperatura marcando presença na feira vegana Itacoatiara Vegan, que aconteceu neste domingo (3) no Itaqua Soccer, em Itaipu. O evento petfriendly (amigo dos bichos) recebeu barracas de comida – entre doces e salgados, como cupcake, pão de melado, coxinha, hambúrguer e espetinhos – até produtos de higiene pessoal e artesanato.

"Me tornei vegano há três anos, depois de uma discussão com um amigo japonês sobre a matança de golfinhos no Japão. Ele me disse: 'Você acha que a dor das vacas é menor aí no Brasil, um dos maiores abatedores de bovinos do mundo?'. Só aí me toquei de que de nada adiantava me preocupar apenas com um 'nicho' de animais", lembrou o idealizador da feira Anderson Vianna, também ativista e militante pela causa animal e pela preservação do meio ambiente.

Conhecido como Águia por todos, Anderson decidiu criar a Itacoatiara Vegan no ano passado e, de lá pra cá, já são sete edições. A deste domingo é intitulada "Florescer Vegano". A maior proposta da feira é usar todo o lucro, obtido através das inscrições dos expositores colaboradores, para a construção de um canil para abrigar os 30 cães e 10 gatos resgatados pelo movimento ERA (Educação, Resgate e Adoção), também de responsabilidade de Anderson, que pretende transformá-lo em uma Organização Não Governamental.

A vegana Mayumi Suzuki vai a todas as edições do Itacoatiara Vegan

Foto: Colaboração/ Ana Paula Soares

"A nossa preocupação é tão grande que, nesta edição, tem uma área da grama do clube isolada dos visitantes por conta de um ninho de quero-quero. Tem três ovinhos lá e não quisemos atrapalhar o pássaro. Para mim, esse é um ambiente ideal para a vida na Terra e ver todos aqui, compartilhando das maravilhas do universo vegano não tem preço! É como plantar uma sementinha de consciência", celebrou Anderson.

Entre as comidas do evento, que na última edição recebeu cerca de 1,5 mil pessoas, estava um salgado típico, porém com um recheio inusitado: uma coxinha de jaca, feita em massa de batata doce e farinha de arroz (sem glúten), empanada com farinha de mandioca e linhaça dourada. A responsável pela receita é a arte terapeuta e fotógrafa Karla Sampaio, que, ultimamente, também é cozinheira.

"Comecei fazendo por curiosidade e para atender uma necessidade do evento, que adoro e sou fã. Meu filho gosta de jaca, mas eu só fazia doce com ela, até que tentei experimentar e deu supercerto. As pessoas estão adorando. A cada edição tenho que aumentar a produção", comemorou Karla, que para este domingo levou 160 coxinhas só de jaca. Ela também vende com recheio de shiitake.

A estudante vegana Mayumi Suzuki vai a todas as edições do Itacoatiara Vegan com as amigas e, segundo ela, não é só porque é perto da sua casa, mas, principalmente, porque ele tem a melhor energia.
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"Esse é meu evento vegano preferido. O lugar me faz bem, é a céu aberto, estamos em contato com a mãe terra, com o vento. Sem contar a comida, que é uma delícia, e algumas não consigo fazer em casa", comentou.