Marquise cai e fere três em São Gonçalo

São Gonçalo
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Estrutura de aproximadamente 20 metros desabou com a força da chuva que caiu sobre a cidade na terça-feira. A remoção da marquise foi realizada na quarta-feira

André Redlich

A forte chuva que desabou na noite de terça-feira em São Gonçalo causou muitos transtornos e prejuízos. No bairro do Pita, a marquise de um supermercado caiu e deixou três feridos. Vários bairros sofreram com alagamentos e até a Câmara de Vereadores, no Centro, foi inundada e teve que ser interditada pela Defesa Civil.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a equipe foi acionada para atender o acidente no Pita por volta das 20h. Reginaldo Cunha de Souza, de 43 anos, e Marcus Lemos, 58, e uma outra vítima não identificada foram levados para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê.

O acidente aconteceu por volta das 19h40. De acordo com informações de comerciantes vizinhos ao estabelecimento, a estrutura, de aproximadamente 20 metros, foi ao chão rapidamente. O mercado estava aberto, mas com poucos clientes. A Defesa Civil municipal esteve no comércio e garantiu que a estrutura do prédio não foi afetada.

O subgerente do estabelecimento, Genivaldo Machado, estava no local na hora do acidente e comentou que a marquise estava em bom estado de conservação. Segundo ele, provavelmente a força da água a derrubou. O supermercado não funcionou nesta quarta-feira (17) por causa da retirada da estrutura de metal que obstruía a porta de entrada.

“Eu estava no escritório no momento do acidente e desci correndo para ver o que tinha acontecido. Vamos esperar o resultado do laudo da Defesa Civil para saber o que aconteceu e decidir quais as providências tomar”, explica.

Na Câmara, agentes da Defesa Civil fizeram vistoria e constataram riscos

Divulgação

Câmara – A Câmara de Vereadores, que funciona em um anexo da Prefeitura de São Gonçalo, ficou completamente alagada. Dois agentes da Defesa Civil interditaram o antigo prédio, no centro da cidade. Técnicos do órgão, após vistoria nas dependências, assinaram um Aviso de Risco, que foi entregue ao presidente da Casa, vereador Diney Marins. 

Segundo a Defesa Civil, devido à inundação do prédio, foi identificado risco de acidente, como curto-circuito ou até desabamento total do teto. 

“Não podemos colocar em risco a vida dos funcionários, dos vereadores e da população que acompanha as sessões plenárias e as atividades da Casa. Vamos seguir a determinação do órgão e fechar a Casa até que haja o laudo conclusivo”, informou Diney Marins.

As sessões plenárias foram suspensas até a próxima semana, assim como todos os trabalhos das comissões permanentes e serviços administrativos. 

“Parte dos setores administrativos da Câmara estão funcionando no novo prédio do Poder Legislativo, na Praça do Zé Garoto. Vamos concluir as obras até abril, para que toda a estrutura funcione no local. Não temos mais condições físicas nem psicológicas de trabalhar neste prédio”, garantiu o presidente. 
Funcionários passaram o dia fazendo a limpeza do local. Mas em dois setores, o departamento de pessoal e a tesouraria, havia risco de curto-circuito.

Alagamentos – Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, a secretaria de Infraestrutura e Urbanismo de São Gonçalo determinou que todas as equipes dos Departamentos de Conservação e Obras (DCOs) fossem atender a 14 bairros atingidos pelas chuvas. 

Na Rua Oliveira Botelho, no bairro de Neves, um enorme bolsão de água na altura de um supermercado atrapalhava o fluxo na via. De acordo com moradores, quando chove a rua fica totalmente alagada, impossibilitando pedestres e veículos de passarem pelo local. 

No mesmo bairro, na Rua Maurício de Abreu, diversas famílias sofrem com o descaso. Os moradores contam que há anos o local sofre com alagamentos e nunca foi feito nada para melhorar a situação.

No local há um bueiro que está totalmente entupido e com grande acúmulo de lixo. Quando chove forte, a água invade as casas da região. Diversas famílias já perderam móveis e tiveram prejuízos. 

A diarista Fátima Cristina conta que em cinco minutos de chuva alaga tudo. Segundo ela, os ônibus começam a passar pela via, pois a via principal também enche e piora ainda mais a situação, pois o veículo provoca movimentação na água, que entra rápido no quintal.

“Moro aqui há 51 anos e sempre foi assim. O bairro de Neves está abandonado, os valões todos sujos e na maioria das vezes são os moradores que limpam e capinam os bueiros. A prefeitura só limpa onde dá para ver, mas por baixo está tudo obstruído. Queremos uma solução para isso”, desabafa.

A aposentada Marilda Reis, moradora do local há mais de 40 anos, destaca que as calçadas precisam ser vistoriadas, pois há algumas muito altas e o valão precisa ser limpo o mais rápido possível.

“Já perdi cama, estante, armário e ninguém faz nada. Estamos abandonados aqui. Tenho uma criança de 9 anos em casa que ficou até uma hora da manhã presa em cima da cama porque não podia colocar os pés no chão. A água que entra em casa é suja e tem mau cheiro, sem falar nos bichos que entram como ratos e lacraias. Um absurdo”, afirmou.

Na Rua José Ramos de Oliveira, no bairro do Vila Lage, a água sobe rapidamente com apenas 10 minutos de chuva, conforme informação dos moradores. A lama e o lixo tomam conta da via e os moradores mal conseguem entrar em casa a pé.

A Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo da cidade informou que equipes técnicas realizam trabalhos constantes de limpeza e desobstrução de bueiros. 

Já a Prefeitura de São Gonçalo informou que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) aprovou o plano municipal de saneamento básico, que inclui também o desassoreamento nos pontos críticos do município

RJ-104 – As chuvas de verão que caíram sobre a cidade Niterói, nos últimos três dias, provocaram deslizamento de terra sobre parte do acostamento da Rodovia RJ-104, na altura da comunidade do Caramujo, Zona Norte de Niterói. 

O temporal também destruiu três placas de trânsito e o problema vem causando transtornos para motoristas e pedestres, que passam diariamente pela via. 
No trecho próximo ao Km 1, localizado na altura da descida da Caixa D’água, o acostamento da pista foi parcialmente bloqueado por um grande volume de terra misturado à vegetação, que deslizou do alto da comunidade do Caramujo.

 Além de galhos e folhagens, as margens da rodovia também foram obstruídas por lixo doméstico. Segundo pedestres, os resíduos têm atraído porcos e outros animais que vão para a beira da pista em busca de alimento.

Poucos metros à frente, próximo a um antigo equipamento de fiscalização desativado, outro monte de terra caiu sobre um carro que estava abandonado na pista. O volume de terra chegou a mais de um metro de altura e cobriu totalmente uma placa de trânsito que sinaliza rotas de acesso para os bairros do Caramujo e Pendotiba.

No mesmo trecho outra placa de sinalização caiu sobre o acostamento e pode ser vista junto aos resíduos. Próximo à entrada do Caramujo, uma placa que indica retorno para o centro da cidade também foi destruída pelo deslizamento.

Sinalização é uma das principais queixas dos motoristas que apontam os perigos que a falta de placas oferece.

“Nesse trecho, o motorista precisa estar atento, porque desde que ocorreu o deslizamento, os pedestres são obrigados a passar no meio da pista. O bloqueio do acostamento gera riscos para todos os usuários da via, sobretudo para os motoristas que seguem no sentido São Gonçalo. Além disso, a destruição das placas torna a pista muito perigosa para quem não conhece os acessos da cidade”, afirma o taxista Antonio Viera, 45 anos.

Procurado, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), não se pronunciou.

Prevenção – Segundo a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos de Niterói (Seconser) as providências contra os danos causados pelas chuvas de verão foram antecipadas. Desde outubro está sendo feita a Operação Chuvas de Verão. A ação teve como objetivo minimizar os impactos causados pelas chuvas típicas da estação, reforçando a manutenção dos pontos críticos de alagamento da cidade. 

A secretária de Conservação e Serviços Públicos de Niterói, Dayse Monassa, disse que as ações de microdrenagem foram intensificadas em diversos pontos e também foram feitas limpezas de todos os rios e canais da cidade. 

“O trabalho continua sendo realizado rotineiramente. Estamos trabalhando com três caminhões Vac All, que são responsáveis pela limpeza de rios, caixas, redes e bocas de lobo e com o caminhão Poclain, de maior poder de recolhimento de detritos. Os caminhões se revezam em locais onde o alagamento afeta o sistema viário da cidade”, explicou a secretária.

Desde o início de setembro, a Seconser já realizou a limpeza da foz dos rios e canais de São Francisco, do canal de Cintura, localizado no Centro, da Alameda, no Fonseca e do Holofote, no Barreto. Atualmente as equipes estão trabalhando em Santa Bárbara, no Rio das Pedras, e vão realizar a limpeza de todos os rios do bairro. Já na Região Oceânica as equipes estão atuando no Rio Jacaré.

No bairro de São Francisco, na Zona Sul de Niterói, algumas ruas sofrem com constantes alagamentos e algumas galerias de águas pluviais estão entupidas. Na Rua Guaianazes, um dos moradores do local, o aposentado Lourival Ferreira, explica que essa situação já dura cerca de quatro meses.

“Os bueiros da rua estão todos entupidos e ninguém faz nada. A casa da esquina alaga e a minha só não entra água porque é mais alta, mas entra no quintal e deixa tudo sujo de lixo e lama. Espero que esse problema se resolva, pois ainda teremos um período longo de chuvas”, disse.