Multas à vista ao longo da BR-101

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Segundo a concessionária, não haverá mudança nos locais de monitoramento nem nos limites de velocidade

Evelen Gouvêa

Os radares de velocidade da Niterói-Manilha (BR-101) já estão em fase final de instalação após serem removidos para substituição em janeiro deste ano. Os aparelhos, no entanto, têm até 90 dias, a partir de abril, para serem aferidos e começarem a multar.

Segundo a concessionária Arteris Fluminense, a instalação dos equipamentos atendeu à previsão contratual, e foram definidos junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A substituição dos aparelhos por novos equipamentos, mais modernos, foi iniciada na primeira quinzena de janeiro, com previsão de finalização em 60 dias. No fim deste mês, os processos de instalação nos bairros Gradim (Km 316) e Boa Vista (Km 314 e Km 313) seguem em fase final. Não haverá mudança nos locais de monitoramento, nem nos limites de velocidade. 

A medida já começou a causar polêmica entre os motoristas desde que funcionários foram vistos realizando a instalação. Enquanto para uns o aparelho é válido na prevenção de acidentes, já que muitos condutores correm na pista, outros apontam que a insegurança da rodovia é motivo para não regular a velocidade, caso do motorista Rodrigo do Carmo Costa, de 40 anos. 

“Não é para fiscalização de trânsito, é indústria da multa”.

Questionada sobre a instalação dos radares, mesmo após o presidente Jair Bolsonaro anunciar que proibiria as lombadas eletrônicas devido ao exagero de multas, a Arteris Fluminense ressaltou que os aparelhos são dispositivos ostensivos para controle de velocidade e que a instalação atendeu a previsão contratual.

Até o fechamento da edição, a ANTT e o Ministério da Infraestrutura não haviam respondido sobre o andamento da proibição dos equipamentos. Na ocasião, o ministério disse que a questão havia sido encaminhada para estudo na Câmara Temática do CONTRAN e que, em breve, seria realizada uma audiência pelo DENATRAN para ouvir os órgãos fiscalizadores e estudiosos do assunto. 

Menos acidentes

Com a queda de 11% em dezembro de 2018, chegou a 46% a redução do número de fatalidades nas rodovias geridas pela Arteris entre 2010 e 2018. São 472 vidas preservadas em oito anos. O resultado deixa o grupo perto de alcançar a meta de 50% até 2020 estipulada pela ONU. Os tipos de acidentes que mais diminuíram foram: colisão traseira e tombamento/capotagem (21%) e atropelamento de pedestre (18%). 

Três concessionárias já haviam alcançado a meta da ONU. A Arteris Fluminense (BR-101 entre a cidade do Rio de Janeiro e a divisa com o Espírito Santo), Arteris Régis Bittencourt (BR-116 entre São Paulo e Curitiba) e Arteris Planalto Sul (BR-116 entre Curitiba e a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul) possuem mais de 1.200 quilômetros de extensão. Juntas, as rodovias reduziram o número de acidentes fatais em seus trechos, respectivamente, em 60%, 58% e 60% (entre 2010 e 2018). E em 2018, a Arteris Fernão Dias (BR-381 entre São Paulo e Belo Horizonte) se juntou ao grupo reduzindo em 54% o número de fatalidades nos últimos 8 anos. As demais rodovias do grupo trabalham em projetos específicos de segurança com o objetivo de atingir o índice dentro do prazo.

Nos últimos 10 anos, a Arteris investiu cerca de R$ 19 bilhões em todas as concessões do Grupo. A melhoria da infraestrutura das vias é complementada por um esforço constante para oferecer excelência operacional. Para isso, possui uma estrutura que inclui mais de 100 guinchos, 90 ambulâncias, 33 unidades para resgate de animais e 1.000 câmeras de monitoramento distribuídas nas nove concessões.