São necessárias ações enérgicas por parte das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro em relação aos episódios de violência – que beiram a barbárie – praticados por traficantes de drogas contra comerciantes da Região Oceânica de Niterói. A decisão, prudente, de uma empresa que comercializa gás de cozinha de suspender a entrega do produto expõe a fragilidade do sistema de repressão ao crime organizado e evidencia o total domínio das quadrilhas nas comunidades onde atuam.
Pior: a informação de que a ordem para sequestrar e ameaçar de morte cruel os funcionários da distribuidora partiu de um bandido preso no complexo de Bangu chega a ser irônica. Tragédia anunciada. Os criminosos continuam agindo como bem querem e, ainda que algumas operações de repressão sejam desencadeadas, parecem mais cenas de filme para chamar a atenção sem que surtam, na prática, quaisquer efeitos.
Niterói vem, nos últimos anos, sendo vítima de uma guerra que não era sua. A invasão de bandidos oriundos de comunidades cariocas que foram alvo do programa de UPPs transformou o município e deixou apavorada sua população. As autoridades municipais têm feito o máximo para auxiliar o governo do Estado nessa guerra sem fim, mas a expressão “enxugando gelo”, utilizada inclusive pelo ex-secretário de Segurança José Mariano Beltrame, nunca foi tão precisa quando o assunto é o combate às quadrilhas que comandam o tráfico de drogas. O Estado precisa agir naquilo que lhe compete. Com urgência.
Nas mãos dos traficantes
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