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Segundo Marcelo Bragança, sonegação e reajuste do Imposto de Renda abaixo da inflação prejudicam os mais pobres
Foto: Lucas Benevides
O Brasil é um dos países em que mais se cobra imposto no mundo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Pior do que isso, o estudo aponta ainda que os brasileiros são os que menos veem retorno na qualidade dos serviços públicos. Pensando nesse problema, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) elaborou um estudo denominado Imposto Justo, que busca informar e mobilizar a população brasileira para corrigir, junto ao Congresso Nacional, as irregularidades observadas atualmente na tabela do Imposto de Renda.
Para Marcelo Bragança, presidente do Sindifisco-Niterói, a não correção da Tabela do IR pelo índice de inflação faz com que o contribuinte pague mais imposto de renda do que pagava no ano anterior. “O ano de 2015 registrou a maior defasagem anual dos últimos dez anos. Para piorar a situação, as classes assalariadas de menor renda são as maiores prejudicadas. A volta da inflação ao patamar dos dois dígitos [acima de 10%] é mais um peso imenso sobre a sociedade. Por isso é que, segundo estudo recente, aproximadamente 3,7 milhões de pessoas que estavam na classe C foram rebaixadas de volta às classes D e E”, alertou o auditor fiscal.
Na visão do sindicato há a necessidade de que a correção da tabela do imposto de renda acompanhe a evolução da renda anual dos trabalhadores mais a inflação, corrigindo assim distorções que, no final das contas, só beneficiam quem ganha mais. “O projeto prevê a possibilidade de abater do imposto devido até R$ 12 mil por ano em gastos com educação. Hoje esse teto é de pouco mais de R$ 3 mil”, explicou Marcelo.
Hoje o Imposto Justo (www.sindifisconacional.org.br/impostojusto) conta com quase 30 mil assinaturas. Para Marcelo, o grande entrave para a mudança na tabela do imposto de renda é a aprovação do Congresso Nacional. Segundo ele, com a Proposta de Emenda à constituição (PEC) que altera o inciso III do art. 155 da Constituição Federal, haveria tributação de jatos particulares e lanchas, por exemplo, o que não acontece. “Com isso existe a sonegação desses impostos e quem acaba pagando por isso é quem ganha menos”, criticou Marcelo.
Impostômetro – A análise do quanto é sonegado no Brasil é medido pelo ‘impostômetro’, ferramenta que considera todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo a título de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária. “Do primeiro dia do ano até hoje (dia 17/02), o Brasil já teve sonegado mais de três milhões de reais. Isso daria para contratar 189 policiais por ano ou construir mais de três quilômetros de estradas”, comparou Marcelo.
Niterói na luta pelo imposto justo
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