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Segundo o ranking, estacionamento nas calçadas representou 7 mil multas na cidade, enquanto trafegar em via exclusiva perdeu apenas para excesso de velocidade, com 29,7 mil infrações
Foto: Douglas Macedo
Os motoristas em Niterói estão mais prudentes. Pelo menos é o que mostra o relatório anuário de 2016 divulgado nesta semana pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Em um dossiê com mais de 200 páginas com diversos dados estatísticos, o órgão afirma que aplicou mais de 144,2 mil multas no município em todo o ano passado. O número é 10% menor do que as infrações aplicadas em 2015, que teve um total de 176,4 mil multas. Num ranking das 10 maiores infrações de 2016, o excesso de velocidade 20% acima do permitido foi responsável por 35% das infrações. Foram mais de 50 mil multas.
Seguindo o ranking, em segundo lugar ficou trafegar pela via exclusiva de transportes, responsável por 21% das multas, com 29,7 mil infrações. Estacionamento nas calçadas representaram 7 mil multas, estacionamento irregular teve 3,8 mil, veículo sem licença aparece com 3,1 mil infrações e ultrapassar o sinal vermelho soma 2,7 mil. Completando a lista de infrações, motoristas falando ao celular foram 2,5 mil multas e multas por radar por ultrapassar sinal vermelho somam 1,8 mil.
Para o engenheiro de trânsito Adalto Marcondes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chama atenção em Niterói a queda nas multas aos motoristas sem cinto de segurança.
“No ano passado, foram quase duas mil multas por essa infração. Responsável por 1% das multas aplicadas em Niterói. Neste ano, o número foi tão irrisório que nem mesmo foi citado no relatório. Isso mostra motoristas mais conscientes com os riscos de acidentes”, analisou.
O especialista apontou ainda que houve aumento de 1% na frota de veículos circulando em Niterói. Em 2015 eram 284,7 mil veículos. Já em 2016 foram 288,2 mil carros. Para ele, os dados mostram que a educação no trânsito contribuiu para a queda nas multas.
“As campanhas de educação mostram aos motoristas que eles devem ser conscientes. Se de um lado nós temos mais carros circulando e menos multas sendo aplicadas, é porque podemos dizer, em uma análise fria, que os motoristas estão dirigindo melhor. Mesmo assim, os números de infrações ainda são altos”, justificou o especialista.
Em números absolutos do estado, de 2011 até 2016, o número de veículos passou dos 5.392.255 (2011) para 5.756.786 (2012), depois para 6.107.251 (2013), e para 6.448.611 (2014). Em 2015 chegou a 6.712.034 e em 2016 registrou a marca de 6.896.596 veículos. Aumento de 27,8% neste período.
A capital foi a região do Estado que registrou o menor crescimento da frota: 52% entre 2006 e 2016. Já a Região dos Lagos foi o maior registro, com a frota aumentada em 143% no mesmo período. Além da necessidade de mobilidade, esse pode ser um indicativo da distribuição de renda no Estado. Em ordem decrescente, a Região Norte verificou o segundo maior aumento da frota com crescimento de 123%, a região Noroeste teve 110% de incremento, a Metropolitana, 99%, o Centro, 97%, a do Paraíba, 83% e a Região Serrana, 76%.
Número de vítimas de trânsito em queda
O índice de mortes no trânsito no Estado do Rio vem sendo reduzido, aponta o Anuário do Detran RJ 2016. Porém, em pequena proporção. O número total de vítimas foi o que, proporcionalmente, mais apresentou queda. No entanto, continua no patamar próximo a 40 mil casos. Foram 40.477 pessoas – entre mortos e feridos – em 2015 e 38.266 em 2016. De 2010 até 2014, o número de vítimas chegou a 41.511 (2010), 41.434 (2011), 45.455 (2012), 45.589 (2013) e 45.377 (2014).
Desde 2010, o menor número de vítimas de acidentes fatais foi registrado em 2015, quando, depois de contabilizar seguidas vezes mais de 2 mil casos por ano, registrou-se 1.786 mortes. Em 2016, no entanto, o número voltou a subir, para 1.902 mortes.
Para chamar atenção para o problema, o Detran deu início a uma campanha publicitária que chama a atenção da população. Imagens chocantes que mostram o real perigo de combinar direção e bebida, direção e celular, entre outras situações, estão sendo veiculadas desde setembro nos meios de comunicação.
“Essa é uma questão de saúde pública. Não podemos fechar os olhos para o que acontece, principalmente se o número de veículos não para de crescer, mesmo em meio à crise econômica do país”, explica o presidente do Detran Vinicius Farah.
Com população de cerca de 16 milhões, o Estado do Rio tem frota de 7 milhões de veículos registrados neste mês de setembro. Ou seja, 43,7% da população fluminense está motorizada.
Niterói registra queda de 10% no número de multas de trânsito
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