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Reitor eleito irá administrar orçamento que gira em torno de R$ 2 bilhões
Foto: Evelen Gouvêa
O reitor eleito da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antônio Cláudio Nóbrega, assume a gestão do quadriênio 2018-2022 apenas em novembro, mas um trabalho de transição já foi elaborado. O projeto de expansão da universidade é um dos planos do reitor, que terá como desafio a recessão econômica que afeta o andamento das ações acadêmicas nas instituições federais. Antônio Cláudio herdará uma dívida de R$ 35 milhões, que se estende desde o início da gestão anterior, em 2014, quando o montante chegou a R$ 70 milhões.
Segundo o novo reitor, o orçamento anual da UFF gira entorno de R$ 2 bilhões. No entanto, o Ministério da Educação autoriza que apenas R$ 200 milhões sejam aplicados em serviços de custeio nos nove municípios onde a universidade atua. As principais despesas são relacionadas aos pagamentos dos serviços básicos de fornecimento de energia, água, limpeza e manutenção de equipamentos. Em janeiro deste ano, a universidade negociou uma dívida com a Concessionária Enel, por uma inadimplência de aproximadamente R$ 15 milhões em energia elétrica. Antônio Cláudio considera o valor para o capital de custeio insuficiente, considerando que a universidade atende mais de 50 mil alunos.
“O projeto de expansão da universidade foi iniciado em 2012, mas o planejamento sofreu impacto com a crise econômica de 2014. Hoje, a UFF tenta equilibrar o orçamento para dar continuidade às metas de ampliação, que preveem a contratação de novos docentes e técnicos administrativos, a conclusão das obras, a criação de novos cursos e investimentos em projetos de pesquisa e extensão. Porém, o repasse da verba orçamentária passa por instabilidades e esse é um dos nossos maiores desafios,” afirmou o novo reitor, destacando que “Inicialmente, não há a previsão de novos concursos, em razão do déficit orçamentário. A universidade apenas substitui os profissionais em casos de aposentadoria. A curto prazo, nossa proposta é sanar as dívidas e garantir o ordenamento interno e o bem-estar da comunidade acadêmica”, ressaltou.
Para o início da gestão, o novo reitor planeja dar andamento a cinco obras de infraestrutura que passam por análises. De acordo com Antônio Cláudio, as obras dos prédios de medicina, química, farmácia e os dois edifícios em construção na unidade da UFF em Campos dos Goytacazes estão com contratos atualizados e a universidade irá captar recurso para elaboração das obras. Ele assegura que o atraso para a execução do serviço atribui-se a embargos judiciais, problemas em convênios e dívidas de licitação.
Durante a campanha eleitoral, Antônio Cláudio reforçou seu compromisso de ampliar os programas de assistência acadêmica direcionado aos alunos em situação de vulnerabilidade social. Uma das suas propostas é a parceria da instituição federal com órgãos municipais para criação de restaurantes populares nas cidades do interior do estado. Recentemente, a universidade ampliou o valor da bolsa-alimentação e firmou convênios com as cantinas privadas instaladas nos campi. Entretanto, os alunos lutam pela construção de um restaurante universitário em todas as unidades da UFF.
“O Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) repassa para UFF cerca de R$ 30 milhões ano. Segundo estimativas da instituição seria necessário um investimento de R$ 150 milhões para arcar com programas de apoio que incluem auxílio-moradia, bolsa-alimentação e iniciativas de fomento à pesquisa. Para driblar esse revés será necessário criar parcerias com instituições públicas e privadas para captar incentivos e ampliar as medidas de assistência, garantindo o acesso democrático à educação,” reforçou.
Novo reitor terá de conciliar expansão da UFF com a crise
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