Passageiros expostos ao tempo

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Instalação de abrigos de ônibus por toda a cidade é uma das principais reivindicações dos passageiros, que sofrem com o desconforto nos pontos

Foto: Evelen Gouvêa

Em dias de sol ou de chuva, moradores de diferentes bairros de São Gonçalo convivem com um problema: a falta de abrigos em pontos de ônibus. Passageiros reclamam ainda que, quando o equipamento é encontrado em alguma região, seja de concreto ou de ferro, está em estado precário e sem manutenção, oferecendo risco aos usuários.

O aposentado Francisco Viana, de 86 anos, precisa aguardar por uma condução diariamente dividindo uma calçada no movimentado ponto da Avenida Presidente Kennedy, no Centro, altura do número 527, mas afirma que o mesmo se repete por todo o município.

“Quando esqueço o guarda-chuva então, é horrível. Ficamos aqui no meio sem proteção. Falta muita ‘casinha’ em São Gonçalo, muito ponto para cobrir ainda. Os bairros de dentro estão ainda mais esquecidos”, opinou.
Morador do Jóquei, o motorista Arlem Farsura, 42, diz que não encontra proteção em nenhum dos pontos de seu bairro. O problema se estende entre os bairros do Arsenal ao Alcântara e do Rocha ao Colubandê. 

“Nestes trechos, quase não há sinalização de ponto ou abrigo. No Colubandê, uma empresa de ônibus é que instalou a proteção e colocou a iluminação, porque também não tem na maioria. Além de evitar sol e chuva, dá uma sensação de confiança do usuário”, comentou.

Na Rua Salvatori, na altura do número 21, no Rocha, o ponto de ônibus, sinalizado apenas com uma placa em um poste, se confunde entre os diversos estabelecimentos por conta de estacionamento irregular de motoristas. O mesmo ocorre na altura do número 343 da Av. Presidente Kennedy e na Avenida 18 do Forte, no Mutuá.

Apesar de em falta no município, é possível encontrar modelos diferentes de abrigos de ônibus, de vários padrões de estrutura de ferro e concreto. Na altura da Água Mineral, na Rua Salvatori, todos os equipamentos estão enferrujados e sem pintura. 

Já no Porto Velho, o abrigo de concreto traz preocupações aos moradores do entorno. Nos dias de chuva, a estrutura do teto acumula água, causando infiltrações no pilar de sustentação do equipamento. O medo é que o concreto antigo caia em alguém. 

“Na chuva, fica gotejando na nossa cabeça, dá para ver a poça no teto e a sujeira acumulada. Do outro lado da via, o ponto ficava numa marquise, que passou pelo mesmo processo, e os moradores que acabaram a derrubando antes que ela caísse. Agora ficamos na chuva e no sol”, contou a professora Ana Lucia Lima de Gouveia, 54.

Procurada, a Prefeitura de São Gonçalo não se pronunciou sobre instalação de novos equipamentos ou manutenção nos antigos até o fechamento desta edição.