Peixes mortos na Lagoa de Piratininga

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Peixes mortos mudaram o cenário na Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói

Douglas Macedo

Peixes mortos, mau cheiro e muita sujeira: esse era o cenário nesta quinta-feira (19) na Lagoa de Piratininga. “Infelizmente para quem mora nessa área já sabe que essa situação não é novidade. Todos os anos nessa época de calor ocorrem essas mortes de peixes e quem sofre são as pessoas que vivem no entorno da lagoa”, explica o pescador  Henrique, alegando que há anos vive da pesca daquela região. 

Moradores relataram que  a mortandade de peixes começou há mais de uma semana. Para eles, além do forte calor que atingiu a região nos últimos dias, a grande mortandade de peixes pode star associada às obras de dragagem que foi realizada no local.  

“A gente já sabe que com a chegada do calor intenso ocorre essa mortandade de peixes. O problema é que depois da obra de dragagem da lagoa parece que aumentou o volume de peixe mortos se comparado ao que aconteceu no início do ano”, relatou o pescador Henrique.   

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fez na quinta-feira (19) uma vistoria no sistema lagunar de Piratininga e constatou que houve queda significativa no nível de oxigênio dissolvido da água, motivo pelo qual ocorreu uma mortandade de peixes, em sua maioria savelhas.

A queda do oxigênio dissolvido na água é ocasionada pela alta temperatura dos últimos dias, aliada às condições da Lagoa de Piratininga - baixa profundidade e  influenciada pelo aporte de águas com matéria orgânica de seus rios.

Sobre as intervenções de desassoreamento na Lagoa de Piratininga, conduzidas pelo Inea, o objetivo é o de melhorar as condições de escoamento e renovação das águas para possibilitar a regulação do ciclo biológico e reverter o atual quadro de degradação. 

Na primeira fase das obras, foi realizado o desassoreamento de aproximadamente 37 mil metros cúbicos de sedimentos da lagoa de Piratininga para facilitar o escoamento das águas. 

O projeto básico para a execução da segunda etapa está em fase de conclusão. Depois que for aprovado, o Inea irá buscar recursos para a execução das obras. .

Fiscalização - Agentes da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente, em parceria com o Comando de Policia Ambiental e do Inea, realizaram, na noite de quarta-feira, uma operação de fiscalização contra a pesca predatória na Lagoa de Itaipu, região oceânica de Niterói.

É considerado crime o pescador utilizar redes de arrasto menores que 30mm, devido ao seu alto poder predatório, visto a mesma ser arrastada no fundo da lagoa, com malha extremamente pequena, impossibilita a passagem de pequenos crustáceos, camarões e inúmeras espécies de peixes que ainda não chegaram a fase adulta, que não possuem o tamanho mínimo para serem capturados.

Segundo o Coordenador da Cicca, coronel José Maurício Padrone, as equipes utilizaram dois botes infláveis, cercaram toda a lagoa de Itaipu. Vários pescadores foram abordados e orientados e ninguém foi preso. A operação começou às 20h e terminou meia noite.

“O Inea recebe diversas denuncias de pesca predatória, foi então iniciada uma investigação, que culminou na operação de quarta-feira, mas o que foi constatado que os pescadores estavam realizando suas atividades somente com os petrechos permitidos nas respectivas licenças.”

Para o chefe da reserva Extrativista marinha de Itaipu, Carlos Martins, os moradores apóiam a ação. 

“A pesca feita de forma predatória, vai contra os princípios da colônia de pescadores. A lagoa é um berçário da vida, fonte de sustento para inúmeros moradores que vivem da pesca e precisa ser preservada”.

“As atividades de fiscalização continuarão sendo intensificadas ao longo dos próximos meses. Estamos trabalhando preventivamente, orientando os pescadores, mas se for necessário, utilizaremos a repressão e quem for flagrado pescando ilegalmente, será autuado no art 34da Lei de Crimes Ambientais e ainda poserá receber uma multa”, afirmou José Maurício Padrone.