Foi durante o Inverno de 55-56, em Corinto, que Paulo escreveu aos Romanos, provavelmente, sua última carta.
Ele havia terminado a evangelização da parte oriental do Império Romano. As comunidades cristãs fundadas nas cidades grandes se encarregariam de irradiar o Evangelho para as províncias. Assim, ele poderia, finalmente, visitar os cristãos de Roma e, de lá, seguir até a Espanha, o limite ocidental do império.
Antes, porém, quis entregar aos cristãos de Jerusalém a coleta de solidariedade que havia organizado. Só não sabia se seria bem recebido em Jerusalém: lá o contestavam por não exigir dos gentios a aceitação dos preceitos da Lei judaica.
Daí, que a maior parte da Carta seja escrita em forma de diálogo com um judeu: são as dúvidas dos cristãos de Jerusalém, que ele responde, dúvidas que eram conhecidas dos cristãos de Roma. O conflito entre judeus e cristãos já havia levado o imperador Cláudio a expulsá-los da capital, em 49, alguns anos antes.
Aos que ficaram, foi preciso separar-se da sinagoga sem o apoio de nenhuma estrutura eclesial organizada. Não é de admirar que muitos tenham buscado apoio em práticas judaicas centenárias. Os cristãos estavam divididos. Paulo precisava levá-los à unidade.
Nada foi fácil naqueles inícios!
Acusado de destruir a identidade constitutiva de povo eleito de Israel, Paulo se defendeu, dizendo que Cristo era o ponto de chegada da Revelação na primeira Aliança. Só quando pagãos e judeus aderissem a Cristo é que se cumpririam plenamente as promessas feitas a Abraão.
Por isso, era indispensável a unidade dos cristãos, vivenciada na aceitação da diversidade de cada um.
Tudo o que hoje sabemos, eles já sabiam!
Paulo, provavelmente, desapareceu num naufágio, no Mediterrâneo. Mas isso eu conto, na semana que vem.
Carta aos Romanos
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