Projeto de restauração em pauta

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Instituições de ensino firmaram parceria para a preparação de um projeto de revitalização da Fazenda Colubandê

Foto: Evelen Gouvêa

Municipalizada desde junho deste ano, a Fazenda Colubandê, no bairro de mesmo nome, em São Gonçalo, está sendo estudada para elaboração de um projeto de restauração. Construído em 1618, o local – um dos mais importantes exemplares da antiga arquitetura rural brasileira – atualmente apresenta marcas visíveis de degradação e abandono. Para finalmente iniciar o processo de recuperação do monumento, a Defesa Civil de São Gonçalo e uma instituição de ensino firmaram parceria para a preparação de um projeto de revitalização do local.

Segundo o coronel Adilson Alves, secretário municipal de Segurança Pública, os graduandos já estão realizando visitas e levantamentos para evolução do estudo no local. A revitalização, contudo, ainda deve demorar a sair do papel. 

“A Fazenda está sendo estudada para que possamos revitalizá-la, mas esse não é um projeto simples. A Defesa Civil pretende propor um projeto e apresentá-lo ao Iphan, que precisaria aprová-lo. Só então poderíamos começar os trabalhos para devolvê-lo à população gonçalense”, explicou.  

No dia 8 de junho de 2016, o uso do monumento histórico foi cedido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) para a Prefeitura Municipal. Na época, o prefeito Neilton Mulim chegou a adiantar que não teria como custear a reforma do local. 

Briga – A revitalização é um imbróglio que se arrasta há anos. Em 2013, a Justiça Federal chegou a determinar que o Estado do Rio de Janeiro apresentasse projeto para recuperação e conservação da fazenda em até 4 meses. O prazo chegou ao fim e nada foi divulgado publicamente. Em 2015, a 3ª Vara Federal de São Gonçalo voltou a dar ao Governo do Estado e ao Iphan um prazo de 120 dias para apresentação de um projeto de revitalização. 

A Fazenda Colubandê está abandonada desde 2012, quando deixou de abrigar o Batalhão de Polícia Florestal e Meio Ambiente da PM (BPF-MA). Desde então, é o símbolo de uma história que vem perdendo a guerra contra o esquecimento. Os bancos da Capela de Sant’Anna, por exemplo, foram roubados e instalações com marcas coloniais, como as portas e azulejos, vandalizados. O conjunto paisagístico, feito pelo arquiteto-paisagista Burle Marx, foi tomado pelo mato. A piscina que fica nos fundos da Fazenda acumula lodo, latas de bebidas alcoólicas, roupas e até eletrônicos. A situação é motivo de tristeza para moradores da cidade, principalmente para quem passa com frequência pelo local. A comerciante Joice Souza, de 33 anos, caminha pela região, mas evita se aproximar muito da construção histórica por medo de surpresas indesejadas. 
“Acho uma tristeza um marco da nossa história estar assim. Eu caminho por aqui, mas nunca entro, acho perigoso”, contou.