Pronto para desafios de um universo muito maior

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Jordy diz que a responsabilidade é muito grande. Os hábitos de legislador de oposição são diferentes dos de agora

Foto: Evelen Gouvêa

Uma das maiores surpresas das eleições do último ano. O deputado federal niteroiense Carlos Jordy (PSL), com apenas dois anos de vida pública, atuando como vereador na Câmara de Niterói, arrebatou 204 mil votos no estado do Rio e garantiu sua cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Surfando na crista do conservadorismo que pautou o último pleito, com a eleição do candidato de seu partido, Jair Bolsonaro (PSL), Jordy assumiu seu mandato em fevereiro e já foi incumbido de ser vice-líder do governo na Casa Legislativa, árdua tarefa em tempos de aprovação de medidas importantes, como a Reforma da Previdência.

“É uma responsabilidade muito grande. Fui vereador de oposição durante dois anos em uma Câmara Municipal, onde se tem uma realidade diferente da federal. Quando você chega lá, você se sente diante de um universo muito maior, onde tudo acontece, ainda mais quando se é vice-líder do governo. Para exercer, tive que abdicar de comissões importantes. Eu não pude estar na Comissão de Constituição e Justiça, para estar na vice-liderança. Tenho que trabalhar muito na articulação, tenho que apagar incêndios”, afirmou o deputado de primeira viagem.

Jordy também revela que, tanto ele quanto seu partido, ainda estão se habituando à Casa Legislativa. Segundo ele, os hábitos de legislador de oposição são diferentes dos necessários agora, quando atua em nome do presidente de seu próprio partido.

“Muitos parlamentares do PSL não têm muita experiência política. Eles têm uma visão do Jair Bolsonaro, que era contra todos, então querem ser o novo Bolsonaro. Chegam lá para bater em todos, mas agora somos Governo. Temos que pensar na forma de tratar outros parlamentares, porque podem ser votos cruciais para aprovar, por exemplo, a Reforma da Previdência”, afirma.

Comissão de Educação - Outra atribuição de Jordy, como ele mesmo revela, é “estar em defesa de ministros em audiências na Câmara”. Jordy é titular da Comissão de Educação da Câmara e, neste sentido, já sabe que terá desafios nas semanas por vir.

Jordy antecipa que a oposição, após o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciar o corte de 30% das verbas das universidades federais, na última semana, vai convocará a plenário e o “atacará de todas as formas”. O parlamentar, no entanto, acredita que Weintraub está melhor preparado que Vélez, ex-titular da pasta, para defender o governo.

“Esta semana, eu sei que vai pegar fogo. O ministro tomou a decisão, fez declarações e eu sei que a oposição vai estar com a faca entre os dentes para convocá-lo, para dar pancada. Eu estarei lá, em defesa dele e do meu partido. O Vélez foi convocado e passou por um paredão de fuzilamento. Nós estávamos precisando de um ministro da Educação como Weintraub. Ele é tipo o Paulo Guedes, não tem medo de responder e de botar a cara a tapa”, disse Jordy.

‘2020: decisão sobre candidatura é do 01’

Com uma votação tão expressiva, beirando o ineditismo na cidade de Niterói, é natural imaginar que, em 2020, Jordy cogite se candidatar ao cargo de prefeito de seu município. O “filhote de Bolsonaro”, como é conhecido por seus seguidores, nas redes sociais, no entanto, revela que, embora seja presidente do Diretório Municipal de seu partido, a decisão de quem concorrerá ficará a cargo do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), a quem se refere como “01”.

“Se me perguntarem se eu quero vir a prefeito, óbvio que fico tentado. Não por uma questão de ego, de vaidade. Se for por isto, até prefiro fazer um prefeito. Se chegar no ano que vem e o PSL não tiver um nome que agrade a todos e o 01 chegar para mim e falar que eu serei o candidato, eu concorro à prefeitura”, explicou.

Ainda exercendo a liderança de seu partido no município e aproveitando sua boa fase de aprovação nas urnas, Jordy revela que vem se articulando com lideranças políticas da região para engrossar as eleições municipais de 2020.

“Já tive várias conversas com lideranças do DEM, com Rodrigo Maia, Sóstenes, Pedro Castilho. Possivelmente, em 2020, a gente emplaque uma chapa PSL-DEM, com um prefeito do PSL e um vice do DEM. Temos expectativas de fazer um bom número de vereadores do PSL e do DEM também”, revelou.

Jordy, entretanto, não descarta novas alianças políticas para somar forças nas urnas no próximo pleito municipal. Ele revela que vem conversando com lideranças do PR, mas mantém suas outras costuras em sigilo.

“Tenho conversado com outros partidos, com a deputada federal Soraya Santos, do PR. Tem outros também que temos procurado, mas não vou ficar falando muito porque se não, de repente, o pessoal da base do Rodrigo pode querer cooptar as minhas alianças”, brincou o deputado federal.