Risco de alagamentos em São Gonçalo

São Gonçalo
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Moradores temem que com as chuvas da privavera e do verão ocorram inundações, como em anos anteriores, causando transtornos para as pessoas que moram no entorno do rio

Foto: Evelen Gouvêa

Com a chegada da temporada de chuva que a primavera e o verão costumam trazer, o Rio Imboaçu volta a ser motivo de preocupação para os moradores de seis bairros cortados por suas águas. As obras de dragagem, que tinham previsão de conclusão para junho de 2014, estão paralisadas. O temor dos moradores é de que o entulho que se acumula em determinadas partes do rio seja motivo de enchentes e inundações. E a situação ainda deve ficar pior: o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já informou que “diante da atual crise econômica que o Estado atravessa, não há previsão para que os trabalhos sejam retomados”. Ou seja, a perspectiva é de mais um verão de inundações nos bairros que margeiam o rio. 

O Imboaçu nasce na Área de Proteção Ambiental (APA) do Engenho Pequeno e deságua na Baía de Guanabara, no Boa Vista. Durante todo o percurso, o rio cruza também os bairros do Lindo Parque, Rocha, Zé Garoto, Centro, Brasilândia e Boaçu. 

Segundo o Inea, é preciso realizar estudos complementares para avaliação do impacto ambiental das obras do Projeto Imboaçu em função dos constantes avanços de construções irregulares nas calhas do rio. Somente após a conclusão desses estudos será possível calcular o total de desapropriações necessárias, para assim dar continuidade ao processo de remanejamento de famílias. Segundo a parcial de cadastros, cerca de 600 famílias vão perder suas casas. Desse número, 45 já foram indenizadas. 

Na Brasilândia, as obras foram concluídas na altura da Avenida Imboassu. Na Oscár Clak, rua vizinha, as intervenções estão paralisadas. O motorista de frete Arivaldo da Silva, de 49 anos, não tem mais esperanças de que a situação do rio seja resolvida. 

“Nesse entorno temos muitos problemas com mosquitos e ratos que são atraídos pelo valão. Moro aqui há quase 50 anos, e nada foi feito. Não tenho esperanças que isso seja resolvido agora. O pior é que desapropriaram tanta gente, e agora a obra está abandonada”, lamentou. 

Para o aposentado Aírton Pinheiro, de 56 anos, as obras de drenagem inacabadas complicaram ainda mais a situação no entorno do rio. 

“O problema está até pior do que estava antes. A obra acentuou a curva, o que diminui a velocidade e acaba represando a água. Quando chove, inunda tudo. E ainda tem gente que joga o lixo no rio. É só o caminhão não passar que já estão jogando os saquinhos lá dentro”, comentou. 

Segundo o aposentado Aires Pinto, de 63 anos, a ponte improvisada feita de madeira que é usada por moradores para atravessar de um lado para o outro do rio também é motivo de preocupação. A ponte de cimento que existia no local desabou em uma enchente no ano passado. 

“É perigoso para atravessarmos, né? Os próprios moradores que botaram há um tempo, mas sabemos que não é seguro. Minha esposa está com problema na vista, e é sempre uma preocupação quando ela atravessa”, disse. 

O Inea alertou que “o Poder Municipal deve estar atento para as construções irregulares que muitas vezes invadem as calhas, dificultando o escoamento das águas, e também solicita que a população não jogue lixo nos rios”.