Surto de hepatite é investigado no Vidigal

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A Prefeitura do Rio de Janeiro coletou água em diversos pontos da favela do Vidigal, na Zona Sul, e enviou para a análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para identificar a fonte do surto de hepatite A registrado na comunidade. Nos últimos dias, 92 casos de suspeita da doença foram notificados no centro municipal de saúde do Vidigal, e 75 foram confirmados. 

A análise deverá produzir resultado na quarta-feira (10). Foram coletadas amostras de poços artesianos, tubulações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), fábricas de gelo e distribuidoras de água, além das casas onde os casos foram confirmados. O prefeito Marcelo Crivella visitou a comunidade na manhã desta segunda-feira (8) e pediu atenção às medidas de higiene.

“Coletamos água em diversos pontos, e hoje a hipótese mais provável é que haja contaminação nas águas”, disse Crivella, que recomendou medidas como não consumir água de poços e lavar os alimentos com água fervida. “Temos que cozer bem os alimentos e lavar as mãos, sermos incansáveis nesses cuidados. O vírus pode ficar quatro horas na pele e mais tempo dentro da água”. 

A prefeitura também recomendou a vacinação de crianças contra a doença, e Crivella contou que o município conversa com o Ministério da Saúde sobre a possibilidade de vacinar adolescentes e jovens adultos. Entre os casos já confirmados, a maioria é homens com 20 a 30 anos, e a prefeitura destacou que há uma preocupação grande com fábricas de gelo da região. 

“Tem muita preocupação com a fabrica de gelo. Normalmente, as pessoas usam água de torneira para fazer gelo, porque não trabalham com a hipótese de beber aquela água. Só que, ao lidar com o gelo, as pessoas se contaminam na mão e vão transmitir para outras pessoas que podem cumprimentá-las”, disse. O secretário municipal de Saúde, Marco Antonio de Mattos, explicou que diversas hipóteses estão sendo analisadas e reforçou que a principal medida a ser tomada é não consumir água de poços nem de fontes de procedência desconhecida. Ele disse que o número de casos chamou a atenção porque, nos últimos sete anos, foram identificados casos esporádicos de hepatite A na comunidade.

“Houve um aumento significativo de casos. Não é uma epidemia de hepatite A, é um surto localizado no Vidigal”. 

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos informou em nota que, desde sexta-feira, realiza testes em diversos pontos da rede na região e não encontrou qualquer anomalia. A Cedae disse ainda que continua realizando testes e acrescentou que “na localidade, é comum o consumo de água por outras fontes sem ser o abastecimento da Cedae, como a utilização de garrafões”.