Uma rotina de longas caminhadas

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Moradores alegam que estão sendo obrigados a caminhar até mais de um quilômetro para chegar às paradas de ônibus

Foto: Evelen Gouvêa

Moradores do Cafubá, na Região Oceânica de Niterói, estão reclamando da falta de pontos de ônibus no bairro. Segundo eles, após as mudanças feitas para as obras de reordenamento do trânsito na região por conta da instalação da TransOceânica, muitas paradas deixaram de existir, o que aumentou a distância entre as que sobraram. Quem precisa pegar condução todos os dias acaba tendo que realizar grandes caminhadas.  

De acordo com moradores, no sentido Piratininga, a Estrada Francisco da Cruz Nunes, a Avenida Conselheiro Paulo de Melo Kalle e a Praça do Cafubá, juntas, somavam cinco pontos de ônibus. Atualmente só existem três, em locais diferentes dos anteriores. 

Já no sentido Centro, existiam cinco pontos. Atualmente restaram dois, sendo um na Avenida Raul de Oliveira Rodrigues, altura do número  277, e o outro na Estrada Francisco da Cruz Nunes, próximo à Unidade de Urgência Mário Monteiro. A distância entre eles é de aproximadamente 1,3 quilômetro. 

Para a dona de casa Mariana Maselli, de 28 anos, a mudança é cansativa, principalmente quando precisa sair de casa com a sua filha pequena.

“Antes, nosso bairro tinha vários pontos em lugares estratégicos.  Agora, quando pego o 39 em direção ao Centro de Niterói, tenho que descer quase antes de entrar no bairro ou só no Mário Monteiro, sendo que moro longe dos dois. É difícil e cansativo, muito pior no sol forte. Nós, adultos,  ainda aguentamos ir. Mas as crianças?  Minha filha de 7 anos não tem pique para andar isso tudo”, disse.

A atendente comercial Lais Carvalho, de 21 anos, que mora na localidade da Fazendinha, conta que precisa caminhar cerca de  15 minutos para chegar ao ponto de ônibus no sentido Centro e seguir seu caminho para o trabalho.

“É muito complicado, ficou bem distante. Antes eu andava no máximo cinco minutos da minha casa ao ponto. Agora gasto um bom tempo. À noite, então, é ainda pior, pois a rua fica deserta e é perigoso”, declarou.

A cozinheira Tânia Mara Miranda, 55 anos, também reclamou da distância. Segundo ela, um dos pontos deveria ser realocado para mais perto da Praça do Cafubá.

“Antes era perto da praça, era ótimo, bem mais perto para mim. Mas agora tenho que caminhar muito, e como sinto muitas dores nas pernas, é uma tortura”, alegou.

A aposentada Suely Pombo também relatou suas dificuldades ao pegar um coletivo no sentido Piratininga. 

“Um dos pontos próximos à minha casa mudou de lugar sem motivo e foi para a quadra de cima. Agora, a calçada em que ele ficava aumentou e alargou, virando estacionamento de concessionária. Ninguém avisou, se a gente não perceber, vai parar lá no final do Cafubá, já que os outros pontos intermediários deixaram de existir”, reclamou. 

A prefeitura de Niterói  explicou que atualmente não há ponto de ônibus na Avenida Paulo de Mello Kalle devido à dinâmica da via, que só tem uma faixa. Com a operação do BHS, as paradas serão permitidas nas estações.

Hoje, a população conta com seguintes pontos no sentido Piratininga: em frente à concessionária Dinisa; próximo ao DPO do Cafubá; logo após a Igreja São José; antes da entrada da Fazendinha e próximo à padaria Sergipana. No sentido Charitas, há um ponto na altura da padaria Sergipana e outro atrás da Igreja São José.

A Nittrans informou que está estudando a implantação de um ponto (nos dois sentidos) na Avenida Raul de Oliveira Rodrigues, na altura da Rua Monsenhor Jacarandá.