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O produtor cultural Felipe Coquito e a copeira Regina Maria são contra as mudanças
Fotos: Evelen Gouvêa
Começa a valer na próxima terça-feira (1º) o esquema de redução na oferta de barcas nas linhas Praça XV-Arariboia, Praça XV-Charitas e Praça XV-Cocotá. Para quem quer chegar ou sair de Niterói, a mudança será apenas nos fins de semana ou feriados. De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes, a alteração está baseada em estudo apresentado pela CCR Barcas que apontou os períodos em que há baixa demanda de passageiros. Segundo a pasta, a ideia é diminuir os custos de operação.
A Prefeitura de Niterói questionou a decisão do governo estadual, a Frente Parlamentar de Defesa do Transporte Aquaviário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) anunciou que estuda ação contra a iniciativa, e a OAB Niterói informou que vai pedir a suspensão da medida. Os usuários do serviço também expressam descontentamento com a medida. A copeira Regina Maria, de 48 anos, mora em São Gonçalo e trabalha no Rio de Janeiro, inclusive nos fins de semana, quando depende ainda mais do serviço das barcas para chegar do outro lado da Baía de Guanabara.
“Moramos longe, temos que pegar ônibus. Aí se você perde a barca de oito horas, vai ter que esperar até a de nove para atravessar? Você acaba se atrasando para o trabalho. De meia em meia hora já é difícil. De hora em hora, então, pior ainda”, disse.
O produtor cultural Felipe Coquito, de 35 anos, chega ao Rio de Janeiro usando bicicleta. Por isso, a travessia só pode ser feita com as embarcações que ligam a Praça Arariboia à Praça XV.
“Acho que o serviço das barcas tem que ser melhorado. O que está acontecendo é o inverso. A tendência hoje em dia é cada vez mais termos carros nas ruas, e diminuir o número de barcas é um contrassenso a isso, porque só aumenta o trânsito. Vai prejudicar o usuário do fim de semana porque ele até consegue controlar o horário que ele vai, mas não consegue controlar o que ele volta”, defendeu.
Segundo a Secretaria de Transportes, as chamadas “linhas de ônibus sociais e seletivos” - 740D, 750D, 760D, 775D, 1905D, 1910D e 2750D - serão reforçadas. O problema é que essas linhas alimentam basicamente o fluxo para a Zona Sul do Rio de Janeiro. O estudante Rodolfo Medeiros, de 21 anos, falou sobre a necessidade das saídas mais frequentes das barcas para quem vem ou vai para a Zona Norte ou para a Baixada Fluminense.
“Se você não está vindo da Zona Sul, precisa recorrer a meios de transporte alternativos. E tem que procurar sempre pelo transporte mais barato. Eu uso bicicleta, que é mais viável, e dependo das barcas para fazer essa travessia”, comentou.
A Secretaria de Estado de Transportes confirmou, através de nota, que a data está mantida, com o horário de funcionamento do sistema aquaviário sofrendo alterações a partir de 1º de novembro. A assessoria da pasta informou ainda que “a nova grade de horário foi autorizada em caráter experimental e será acompanhada de perto pelo poder concedente. A rotina de 99,1% dos usuários estará mantida, com vistas a racionalizar os custos da operação e minimizar futuros impactos nas tarifas. A autorização prevê, ainda, a disponibilidade de embarcações para eventuais viagens extras, caso exista um aumento de demanda”.
Alterações - Na linha Praça XV-Arariboia, o ajuste será nas viagens de domingos e feriados. O intervalo entre as saídas dobrará, passando de 30 para 60 minutos, reduzindo pela metade o número de viagens diárias. Na linha Praça XV-Cocotá, serão realizadas viagens às 7h, 8h e 9h20 no sentido Praça XV; e 17h30, 18h40 e 19h50 no sentido Cocotá. As viagens nos demais horários serão suprimidas. Já a linha Praça XV-Charitas sofrerá interrupção de sua operação entre 12h e 16h, período de menor demanda, e os intervalos entre as viagens serão ajustados de 15 para 20 minutos nos horários de pico.
Usuários reclamam da mudança no funcionamento das barcas
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