Vale pesquisar antes de abastecer

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Preços do litro da gasolina variam até 20% entre postos de combustíveis localizados nas zonas Norte e Sul da cidade

Foto: Marcelo Feitosa

O modelo de reajustes frequentes dos preços dos combustíveis que vem sendo praticado pela Petrobras para acompanhar as variações internacionais tem deixado motoristas perdidos na hora de abastecer. Os preços também têm sido alterados constantemente nas bombas dos postos, surpreendendo os consumidores finais. 

Em Niterói, a variação chega a 20% nos preços entre a Zona Norte e a Zona Sul da cidade, onde o litro da gasolina é encontrado a R$ 4,15 e R$ 4,99, respectivamente. Mas as variações são tão comuns, que em uma mesma via há diferença entre os preços praticados. Na Avenida Rio Branco, no Centro de Niterói, por exemplo, o litro sai a R$ 4,69 no posto Ipiranga, enquanto no vizinho de bandeira BR custa R$ 4,79, uma diferença de R$ 0,10

“Ouvimos sempre que o combustível está caro na cidade. De dezembro para cá, percebemos que a procura pela gasolina diminuiu bastante e os condutores estão buscando pelo Gás natural veicular (GNV), que é mais barato”, disse o gerente do posto Ipiranga, acrescentando que apesar da variação no preço de custo, os estabelecimentos buscam manter o valor para não assustar os motoristas.

O arquiteto urbanista Fabrício Arriaga, de 37 anos, conta que precisa usar o carro para trabalhar, mas com a variação do preço dos combustíveis, muitas vezes, não consegue se planejar nas contas do mês. 

“Só vejo aumentar. Fiz as contas e já estou gastando 20% a mais do que há duas semanas. Como dirijo bastante, vou ter que tentar incorporar o aumento nos meus serviços. Também me desloco para lugares mais longe, onde percebo preços mais baratos [dos combustíveis]”, declarou.

O gerente de um posto BR da Avenida Presidente Roosevelt, em São Francisco, disse que a situação também está difícil para os estabelecimentos.

“Se a situação continuar desta forma, com os preços variando, muitos postos correm o risco de fechar as portas. O preço de custo está alto. Aumentando duas vezes por semana para a compra, às vezes, precisamos repassar esse custo para o cliente. Como está difícil para todos, alguns motoristas preferem pagar mais barato em postos duvidosos”, declarou. 

O preço de custo, a gasolina, segundo ele, aumentou R$ 0,95 desde junho passado. A gasolina, que era comprada a R$ 3,39, passou para R$ 4,36 por litro. Para os consumidores, o combustível aumentou cerca de R$ 1 no mesmo período, custando hoje R$ 4,99 o litro. 

Também na Zona Sul, é possível encontra a gasolina por R$ 4,69, em um posto na Avenida Roberto Silveira. Mesmo com a diferença, alguns motoristas buscam encher  tanque em locais em que costumam abastecer e que consideram confiáveis.

 Para o engenheiro químico Cesar dos Santos, de 44 anos é importante pesquisar antes de abastecer o veículo.

“Acabei de passar por um [posto] que estava R$ 0,15 mais caro, mas também não busco postos tão mais baratos assim. Tenho medo de ser um combustível duvidoso, pois o valor gasto com a manutenção do carro seria mais caro do que abastecer em um local de confiança”, acredita.

Na Zona Norte, local onde o número de postos sem bandeira é maior, preços mais em conta são encontrados. Em um dos postos da Alameda São Boaventura, o litro da gasolina sai por R$ 4,15, 20% mais barato do que na Zona Sul. No Barreto, um posto sem bandeira cobra R$ 4,29 por litro de gasolina.

Mas há exceções. No mesmo bairro, em um posto BR da Rua Luiz Palmier o litro da gasolina sai por R$ 4,99, o mesmo valor encontrado na Zona Sul.

Variação – Através do site da Petrobras (www.petrobras.com.br/pt/produtos-e-servicos/composicao-de-precos-de-venda-as-distribuidoras/), os consumidores podem acompanhar a variação do preço da gasolina. 

Nesta sexta-feira, o preço nas refinarias caiu 1,1%. Segundo o site, os valores vendidos às distribuidoras têm como base o preço de paridade de importação. Para a convergência com o mercado internacional, pode haver manutenção, redução ou aumento nos preços das refinarias a qualquer momento, inclusive diariamente, informou a Petrobras.