A violência está mais presente no entorno dos estádios do que nas arquibancadas e cadeiras ocupadas por torcedores. Esta é a opinião de dirigentes de importantes clubes cariocas de futebol, que acreditam que a paz nos estádios vem sendo gradativamente alcançada, e que o Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos é um aliado nesse combate. Com o intuito de discutir o tema, o Tribunal de Justiça do Estado, em parceria com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), promove, na sexta-feira (26), o Primeiro Encontro Nacional pela Paz no Futebol.
Para o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, é muito importante a convivência pacífica entre torcedores de times distintos.
“Não somos inimigos das torcidas dos outros times, todo mundo convive com torcedores de clubes rivais na própria família, com os amigos e nunca ninguém brigou por causa disso. Então, eu acho que aquela ‘zoação’ é saudável, não tem nada mais gostoso do que numa segunda-feira você brincar com seu colega de trabalho, de escola, porque seu time ganhou, mas tudo dentro do limite da educação e da boa convivência”, acredita.
O dirigente lembrou o tempo em que torcedores de times variados da antiga Geral (em que torcedores assistiam em pé aos jogos em uma área próxima ao campo, com ingressos a preços populares) frequentavam o Maracanã lado a lado, sem que isso resultasse em briga.
Para o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, é importante o retorno das famílias às partidas de futebol.
“É muito importante e agrega não só um número de pessoas, mas, também, um consumo relacionado”, explica.
Sanções mais sérias também são, na visão do presidente do Vasco, Eurico Miranda, o meio de combate definitivo à violência. O dirigente citou que, recentemente, uma torcida de um time chegou a avisar no seu site para que os torcedores não levassem mulheres e crianças ao estádio, pois teria confusão em determinado jogo, que acabou sendo interrompido e teve consequências graves.
“A torcida organizada é no sentido de promover a festa. Os que se metem em confusão são baderneiros infiltrados e podem até levar outros que não sejam”, declara.
O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, também concorda que, no Rio, já houve uma evolução no que se refere à prevenção da violência nos campos e que evitar o apoio a torcidas organizadas, o que tem sido prática dos quatro grandes clubes cariocas, pode ajudar a manter a paz.
“Os clubes podem evitar o apoio a quem pratique atos de violência e, também, desenvolver campanhas pela paz no entorno, no acesso ao estádio, envolvendo torcedores”, disse, recomendando ainda que o público procure estacionamentos próximos ou utilizem o metrô para facilitar o acesso ao estádio.
O evento contará com a presença de personalidades, como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e do Superior Tribunal de Justiça, Marco Aurelio Bellize; do presidente do TJRJ, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, e do senador e ex-jogador de futebol Romário de Souza Faria, entre outros.
A programação do evento pode ser conferida em http://goo.gl/lmTgy1. As inscrições para o encontro, que é gratuito, devem ser feitas pelo site www.emerj.tjrj.jus.br. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 3133-3369 e 3133-3380. O evento será realizado no auditório Antonio Carlos Amorim, localizado na Av. Erasmo Braga 115, 4º andar, Centro do Rio.
Violência dentro e fora dos estádios em debate no Rio
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