Seguindo a proposta de falar sobre segurança pública, acabei mergulhando numa pesquisa sobre um dos hábitos milenares para o ser humano, que tem se mostrado demasiadamente nocivo e dispendioso para a sociedade, que é o consumo de álcool. Inocente à primeira vista, trata-se de um dos maiores geradores de violência e desagregação familiar do mundo inteiro.
“É sério isso? Você vem aqui falar mal da minha cervejinha?” Sim, meu caro. Até porque de inocente ela não tem nada. Mas eu sei que é inglória a minha tarefa. Afinal, estamos diante de uma sociedade que bebe ao estar feliz e faz o mesmo nos momentos de tristeza.
Então, devemos ter em mente que o consumo de álcool avança desordenadamente no mundo inteiro. Estatísticas terríveis mostram que estão embriagados 50% dos atropelados, 60% dos afogados e 50 % das vítimas de homicídio. Os efeitos do álcool no ser humano levam-no a protagonizar cenas impensáveis em um estado de sobriedade. Consequentemente, é possível afirmar que, se um indivíduo bêbado faz coisas que não faria, também experimentaria drogas mais pesadas, que jamais consumiria se não estivesse ébrio. Olhando desta forma, surge diante de nós a verdadeira porta de entrada para outros entorpecentes, além de um monstro gerador de violência.
Difícil é para a sociedade na qual 75% das pessoas consome álcool, aceitar o fato de que há grande responsabilidade nesse hábito. Como justificar o exército de mais de 7 milhões de alcoólatras no país? São números dignos de uma epidemia.
Diante de dados tão contundentes, lancei em várias mídias sociais a seguinte pergunta: “Você é a favor da retirada dos anúncios de cerveja da TV e outras mídias?” Aproximadamente 70% das pessoas responderam que sim, que é necessário suprimir as propagandas e suas mulheres voluptuosas ou artistas “gente boa”. Muitos apontaram o exemplo dos comerciais de cigarros, que, após sua retirada, acarretaram uma considerável queda no consumo.
Entretanto cabe ressaltar que se essa improvável supressão ocorresse, haveria ainda inúmeros fatores motivacionais para que crianças e adolescentes comecem sua jornada pelo reino do sorriso fácil que o álcool proporciona. Exemplos familiares, pressão dos amigos, são determinantes para o início do hábito. Ouço até de alguns pais uma máxima. “Prefiro que meu filho menor beba na minha frente, que escondido”. Sem a menor dúvida quem diz isso desconhece a lei 8069, que ficou conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente. A lei é clara. Menores de 18 anos não podem ter acesso ao álcool e ao tabaco. Independente de consumir na frente dos pais.
O estudo da segurança pública aborda um conjunto enorme de fatores. E, certamente, as estatísticas negativas de um hábito aparentemente ingênuo contribuem para que tenhamos uma sociedade cada vez mais desequilibrada. Parem e pensem na quantidade de violência que presenciaram ao longo de suas vidas, que foi gerada pelo consumo de álcool. É triste e quase sem perspectivas de mudança.
Álcool e violência
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