Emoção na voz e à flor da pele

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Diogo Vilela declara seu amor pelo teatro e homenageia o ícone de Niterói com a reestreia de ‘Cauby! Cauby! Uma Lembrança’

Dalton Valério / Divulgação

Após 11 anos da estreia da montagem, Diogo Vilela e Flavio Marinho, que dividem a direção do espetáculo “Cauby! Cauby! Uma Lembrança”, irão levar novamente ao público a trajetória do artista ícone dos Anos de Ouro do rádio nacional. O musical, que estará em cartaz a partir do dia 11 no Teatro Municipal Carlos Gomes, no Centro do Rio, narra a história do menino pobre de Niterói, que sonhava em ser príncipe, e acabou se transformando em uma das figuras mais especiais da música brasileira, dono de estilo e voz inconfundíveis.

Diogo Vilela, que interpreta Cauby Peixoto, fala sobre o desafio de voltar aos palcos com o espetáculo mesmo após a morte do ícone brasileiro. Com o texto do dramaturgo Flavio Marinho, que teve a oportunidade de dirigir Cauby no show “Conceição”, em 1992, e algumas observações do próprio artista, quando vivo, o espetáculo pretende ir além da homenagem e revelar um pouco do homem por trás do cantor. 

“A ideia de voltar com o espetáculo veio em 2016, mas, infelizmente, ele faleceu. Mesmo assim resolvemos fazer para homenageá-lo. Tenho uma grande emoção por fazer esse papel porque o Cauby era muito intenso no palco, passava emoção. Também pelo seu biótipo e pelas roupas que ele usava. Acabei incorporando o personagem, criamos um universo. Como já tinha interpretado Nelson Gonçalves em 1996 e Ary Barroso em 2012 no teatro, acabei topando esse desafio. Meus amigos também pediram muito para eu voltar a fazer Cauby, até porque esse espetáculo já fez muito sucesso, o que me fez sentir mais vontade ainda”, revela.

Além da responsabilidade de colocar o lado pessoal e profissional de Cauby Peixoto nos palcos, outro desafio que todos esperam para assistir e ouvir é de como Diogo se sairá como cantor. O cantor sempre arrastou multidões e lotou seus shows graças ao seu tom vocal difícil de se encontrar. O ator voltou a assistir diversos DVDs de shows e entrevistas do homenageado e investe em aulas de canto regulares com o professor Victor Prochet. 

“Faço aula de canto há 22 anos, porque faço musicais há muito tempo e resolvi me dedicar a isso. Agora acho que melhorei na questão vocal, nas técnicas... É claro que não imito, não faço a mesma voz do Cauby, até porque cada um tem sua própria voz, mas como sou barítono, que é uma extensão de voz intermediária, como ele, o resultado no palco é interessante”, conta.

Carreira – Veterano no teatro, na TV e no cinema, Diogo Vilela completa 47 anos de carreira. Ele estreou na televisão aos 12 anos, na novela “A Ponte dos Suspiros” (1969), de Dias Gomes. Aos 17 anos, quando saiu de casa, já era ator profissional. Desde então, sua trajetória na televisão e no teatro é marcada por prêmios. 

Em 1996, arrebatou a crítica ao interpretar Nelson Gonçalves na peça “Metralha”, sobre a vida do cantor e compositor. Agora, mais maduro, Diogo revela os planos para 2018. 

“Vou continuar fazendo tudo o que eu puder dentro do que eu sei. Se eu puder me dedicar ao teatro, que é de onde eu vim realmente, será muito bom. Eu surgi para o público, profissionalmente, na televisão, mas foi no teatro que tive essa revelação de me tornar ator. Com 21 anos, fiz uma peça junto com a Henriette Morineau – uma atriz francesa que veio pra cá – chamada “Ensina-me a Viver”, que foi um sucesso. Fui para a televisão, continuei lá, mas sempre fazendo teatro. Na verdade, acho que até sacrifiquei um pouco minha carreira na televisão por conta do teatro, mas é um amor que eu tenho. Agora que estou mais maduro, que passei por todas as fases, coloquei isso na cabeça”, assume.


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