Exposição IndiviDuo na Galeria Teste

Por

Com curadoria de Flavia Tamoyo, exposição traz o aspecto psicológico nas figuras de um mundo contemporâneo, ansioso e individualista, mas humano

Divulgação

Tem início nesta terça a exposição “IndiviDuo”, que reúne trabalhos dos artistas visuais, Márcio Atherino e Rona Neves, na Galeria Teste, Centro do Rio de Janeiro, a partir das 10h e com entrada franca.

As obras do artista Márcio Atherino apresentam os seus fortes traços contorcidos e intensos. Um trabalho que expressa o estresse contemporâneo das grandes cidades através de pinceladas e materiais do cotidiano. Tanto a constante presença da figura humana quanto da caligrafia, reconhecidas nas imagens, tudo está a serviço da demonstração do caos psicológico e social do indivíduo em seu cotidiano.

Atherino vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em economia, trabalhou no mercado financeiro entregando-se mais tarde às artes plásticas. Estudou no Parque Lage e participou do curso intensivo no ateliê de Charles Watson. Participou de várias exposições individuais e coletivas, e suas obras já foram adquiridas por colecionadores no Brasil e no exterior.

Segundo Atherino, não há retoques, tudo ali é premeditadamente passional e espontâneo. “Num mundo individualista, nada como um quadro na parede refletindo sua opção individual, no único lugar de refúgio que sobrou, seu lar”, diz o artista.

Apresentando um trabalho intuitivo, livre, construído a partir do seu mundo particular, suas memórias, invenções, contos e lendas, Rona Neves possui obras que são fortemente influenciadas por imagens da sua infância, as escolas de samba, a folia de reis, as roupas no varal da sua casa, o candomblé, os bordados de sua mãe, e os brinquedos que eram confeccionados por seu avô. Inspirado pelo dia a dia da sua vida atual, o tempo e a rua são suas maiores fontes de criação. Passeando por figuras, cores, animais, movimento e poesia, Rona desenvolve um mundo onde a dura realidade também proporciona formas de beleza e contos de fadas, tal como no teatro.

“Aprendi a usar o que tinha em mãos, aquarela, lápis, pastel, carvão, esmalte, batom, maquiagem, tinta de parede. Sou urgente!”, conta Rona.

Rona é nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro. Autodidata, pinta desde os 18 anos e trabalhou como cartazista e pintor cenotécnico em teatros no Rio de Janeiro. Este lhe deu grande desenvoltura para pintar trabalhos em grande escala e com materiais variados. Pinta, desenha e cria instalações inspiradas em suas próprias histórias. Já dirigiu, produziu e escreveu vários curtas dos quais alguns premiados. Também é ator. Atualmente Rona divide seu tempo entre sua casa em Laranjeiras e seu ateliê no Cosme Velho onde, além de pintar, escreve peças de teatro e outras histórias.

A exposição segue aberta à visitação de segunda a sábado até o dia 1º de outubro. Com curadoria de Flavia Tamoyo, a exposição resulta de uma vivência urbana, onde o aspecto psicológico se mostra nas figuras de um mundo contemporâneo, ansioso, claustrofóbico e individualista, porém, extremamente humano.

“Em estilos distintos com tema similar são histórias dentro de histórias geradas dentro de tantos gritos e sonhos. O ser humano do mundo atual”, conclui Flávia. 

A Galeria Teste fica na Avenida Paulo de Frontin, 333 – Rio Comprido (Polo Têxtil). Até 1º de outubro. De segunda a sexta, das 10h às 18h e sábado, das 10h às 13h. Classificação: livre.  Entrada franca. Telefone: 2273-0409.


  • Tags: