Nesta quarta-feira (8), às 19h, Mário Camargo, renomado artista visual, vai abrir a inédita exposição “Memória e Transformação”, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, com curadoria do crítico de arte Ruy Sampaio. Nessa exposição, que contará com 10 obras, como pinturas e objetos em grandes escalas , Mário Camargo utilizará a pintura de uma maneira diferente da usada em outras mostras: o desenho parece saltar da tela, deixando de ser “enquadrado”, na busca da transformação em um objeto, escultura, instalação ou simplesmente deixar parte da pintura “sair” do retângulo.
Na exposição, esta busca por querer algo mais que pintura fica evidente.
“A transformação é exercida na procura de transpor a barreira da antiga presença. Por meio das tiras, que são resultados de telas rasgadas e repintadas, uma nova representação busca a terceira dimensão ou simplesmente a saída das tintas da tela”, adianta.
Mário Camargo iniciou seus traços artísticos em 1993 e começou com pinturas e fotografias. Agora, chega à instalação e ao objeto, mas sempre fazendo referência às primeiras técnicas.Esta mostra acontece menos de um mês depois de Mário participar da Bienal de Florença, na Itália, onde a instalação foi feita por 17 fotos, apresentando a “arte da natureza”, um verdadeiro desenho de uma escultura antiga.
Divulgação
Há menos de um mês Mário Camargo participou da Bienal de Florença, na Itália, e exibirá agora no Brasil seu trabalho de busca pela transformação, a saída das tintas da tela. São 10 obras que prometem instigar o público. |
“No restante do conjunto, eu pratiquei uma apropriação dos meus trabalhos anteriores, deixando fragmentadas uma criativa desconstrução, o que eu quero dizer com isso? Mesmo sendo destruída, a natureza pode e foi vista com outro olhar, o olhar de admiração e de que se pode tirar algo bom em meio ao caos”, diz Mário.
Em “Memória e Transformação”, agora ele segue um outro caminho, se reinventa em um novo trabalho. Pegou como referências outros artistas como Kurt Schwitters, Mario Merz e Lúcio Fontana.
“A minha busca é a arte. Se o público busca arte, estarei bem enquadrado. Se busca cor, esta cor será o azul e se busca entretenimento poderá se surpreender por algo diferente do convencional”, conta o artista.
Estilo - Mário Camargo usa principalmente a pintura abstrata contemporânea, contabilizando 19 exposições individuais distribuídas em estados brasileiros e países como França, Itália e Estados Unidos (Miami e Nova York) e 21 coletivas, também em outros países como Chile, Argentina, Portugal, Cuba e França, além de prêmios de viagem à França, USA e Chile.
Ele cria estruturas de divisão de imagens, gerando superfícies em que os traços ficam em ordem a partir da desorganização e cria imagens que se refere a algo que para a maioria das pessoas é desconhecido.
Em suas fotos também busca algo oculto, isso faz com que o apreciador de suas artes fique com algo subliminar na cabeça. Estas fronteiras são lugares onde o conhecido e o desconhecido se encontram.
“Sou um viajante e não um turista, por isso sem perceber imediatamente, enquanto fotógrafo, o meu interesse passa ser em usar as fotos como uso a tinta e os ônibus deixaram de ser ônibus e passaram a ser telas”, finaliza Mário Camargo. (André Bernardo)