Místico e nerd

Por

Na história, o brasileiro André Moire deixa tudo para trás para se envolver com um grupo internacional secreto que afirma representar os arcanos do oráculo do tarô

Foto: Divulgação

Um jornalista brasileiro se envolve com um grupo internacional secreto que atua baseado nas cartas do tarô, passando a viver um thriller conspiratório com toques subversivos e sobrenaturais. Assim começa a frenética e mística história de “O Caminho do Louco”, que acaba de chegar às livrarias. O romance é o primeiro livro de um trilogia intitulada “Guerras do Tarot” e marca a estreia como romancista do jornalista e tradutor Alex Mandarino.

“Gosto muito de oráculos, embora não necessariamente acredite neles como forma de vidência e previsão do futuro. Mas, no caso do tarô em particular, acho que ele constitui uma excelente ferramenta de autodescobrimento e estímulo da intuição. As cartas partem do princípio de que as respostas já estão dentro de cada um, mas, muitas vezes, precisamos de algo que faça o download dessa intuição, que torne tudo mais claro. Com seus arquétipos e representações, o tarô é uma bela forma de realizar isso. A ideia de juntar suspense e misticismo veio de forma natural. Veio de tudo que cresci lendo, ouvindo e assistindo”, explica Mandarino. 

Na história, o brasileiro André Moire deixa tudo para trás para se envolver com um grupo internacional secreto que afirma representar os arcanos do oráculo. Dispostos a elevar a consciência da humanidade, eles lançam mão de magia, ciência, arte, técnicas hacker e até parkour e videogames para enfrentar as forças do que chamam de conformidade. “O romance começou a ser escrito ainda na época dos meus primeiros contos, então, foi uma coisa que correu de forma paralela. São dois formatos bem distintos, claro: o conto é um só arquivo MP3, enquanto o romance é o álbum inteiro. Eles têm vantagens e exigências bem diferentes. Gosto muito de escrever nos dois formatos. O desafio do conto é a concisão, enquanto o do romance é o ritmo”, compara.

 

Foto: Divulgação

Nascido no Rio de Janeiro, em 1970, Mandarino trabalhou durante 12 anos como jornalista de cultura e tecnologia, mas largou as redações para escrever ficção e fazer música eletrônica. Entre seus contos publicados estão “A Aventura do Penhasco dos Suicidas”, “Hiriburu” (finalista do prêmio Argos 2013), “O Círculo de Ossos”, “O Rabo da Serpente”, entre outros. Com “O Caminho do Louco”, ele agora faz sua estreia como romancista. “Comecei a escrever esse livro ainda na época dos meus primeiros contos, então foi uma coisa que correu de forma paralela. Na verdade, a ideia inicial era que ‘O Caminho do Louco’ fosse um livro só. Entretanto, à medida em que mais personagens e mais cenas foram aparecendo, tive que dividir o livro em três, caso contrário, ele ficaria extenso demais”, explica o jornalista.

Para o lançamento do livro foram criadas cartas de tarô exclusivas pelo artista Fred Rubim baseadas nos personagens do romance, ilustrando algumas páginas especiais. No primeiro livro, já é possível conhecer os arcanos o Louco, o Mago, a Sacerdotisa, o Carro, o Sol, a Imperatriz, o Imperador. Com uma trama sombria e misteriosa que ocorre em locais como Rio de Janeiro, Paris, México, Amazônia, Riviera e Inglaterra, “Guerras do Tarot”, segundo o autor, tem a intenção de fazer pensar e repensar em que se acredita. “Quando comecei a escrever os primeiros capítulos, me dei conta de que valeria a pena criar um baralho com os personagens do grupo, já que eles representam os arcanos do tarô. Segundo a psicanálise junguiana, os arcanos do tarô são diferentes facetas de nossa psiquê, então, foi inevitável que muito de mim escapasse para estes personagens, não só para o protagonista. Acho que isso acontece com qualquer autor, acredito, em maior ou menor grau. Mas o fato de serem arcanos além de personagens talvez tenha feito com que eles falassem mais alto na minha cabeça. Adoro estes personagens e muitas vezes tenho a impressão nítida de que eles existem fora da minha mente e das páginas do livro. Cheguei a encontrar alguns deles, depois de tê-los escrito”, finaliza. 

  • Tags: