Com uma carreira consolidada, somando 30 anos de experiência, o cantor, compositor, arranjador e produtor carioca Celso Fonseca, chega nessa quarta (02) em Niterói para cantar seu repertório de bossa nova. O show acontece no Teatro Municipal de Niterói no Centro, às 19h.
Apesar de tocar violão desde a adolescência, Celso nunca havia pensado em ser músico profissional. Enquanto estudava comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), resolveu iniciar os estudos em música também. Ao mesmo tempo, se aventurou a tocar com outros músicos e grupos, até ser convidado a fazer parte da banda de Gilberto Gil e depois, de outros artistas como Milton Nascimento, Gal Costa e Djavan. “Paralelamente a isso, realizava meu trabalho de compositor solo, até que em 1997 decidi iniciar minha carreira sozinho. Nessa época, já tinha alguns CDs lançados, e segui adiante”, relembra.
Com 15 discos lançados, o artista utiliza em seu repertório e em seu processo de composição a bossa nova. O músico comenta que sempre teve uma ligação com esse gênero, apesar de ouvir todos os estilos musicais. Para ele, a bossa nova é o que define o Brasil no mundo. “É a que eu mais me identifico, e é a música brasileira mais importante no mundo, mais até que o samba. Eu tenho uma afinidade muito grande com ela e sempre compus bossa nova, assim acredito que a levo adiante, compondo músicas novas desse estilo e não apenas cantando as de outros compositores”, revela.
Em seu mais recente trabalho, “Like Nice”, não é diferente. O nome do disco é homônimo de uma das faixas. Em sua carreira Celso mistura canções em português e em inglês. O artista revela que muitas vezes escreve em português, entretanto percebe que em outro idioma ficaria melhor, e assim traduz. Esse foi o caso de sua música mais famosa, “Slow Motion Bossa Nova”, tema de muitos comerciais. “A maioria dos meus álbuns são autorais, mas sempre canto canções de outros compositores que admiro também. Eu tenho influência de todo tipo de música, no entanto, minha inspiração para compor ainda é um mistério”, garante o músico. Com mais de 300 músicas compostas, ele diz que elas surgem de conversas, caminhadas na praia, às vezes no banho, ou mesmo dirigindo.
De acordo com o artista, após tantos anos de carreira, seu processo de criação não mudou, porém ele acredita que as pessoas mudam com o tempo e, assim, amadurecem. Mudam-se os hábitos, as ideias e, como resultado, a música também. “O nosso foco muda bastante, estamos em um eterno processo de mudança. O resultado dos nossos discos varia de acordo com como está a nossa vida, não tenho um disco parecido com o outro. Por outro lado, acredito que criei uma assinatura própria, em que quem ouve alguma música consegue identificar que sou eu quem está cantando, ou que a composição é minha. É algo muito difícil de criar, nunca imaginei que conseguiria fazer isso”, comenta Celso.
Em seu show, Celso manterá em seu repertório canções de seu trabalho mais recente, e destaca que entre as músicas que não podem faltar, estão “Slow Motion Bossa Nova”, “Sorte”, sua primeira canção a ser gravada por Caetano Veloso e Gal Costa há 30 anos e agora regravada por Tiago Iorc, “Polaroid”, “Queda”, e sua versão do funk de Mc Leozinho para “Ela Só Pensa em Beijar”, gravada há mais de 10 anos. De outros artistas, não deixará de fora Gilberto Gil e Tom Jobim.
O Teatro Municipal de Niterói fica na Rua Quinze de Novembro, 35, no Centro. Nessa quarta (02), às 19h. Preço: R$ 50 (inteira). Censura: livre. Telefone: 2620-1624.