O duo carioca formado por Gustavo Scanferla e Victoria Cosato, Gus & Vic, que vem se destacando pela originalidade e versatilidade de seu indie pop, dá aos fãs mais uma pista de como será seu primeiro álbum através do single “School”, lançado mês passado. Como já estão acostumados a fazer, neste single eles misturam influências do rock alternativo, blues, e acredite, surf music. Tudo isso para abordar um tema que faz jus ao título: a relação entre rotina escolar e as questões sociais.
“É sobre nutrir uma expectativa do futuro e subverter o padrão. Nas entrelinhas, ‘School’ fala sobre transgressão, sobre não se encaixar a um padrão, ainda que estando preso às grandes instituições da sociedade. Por isso também a capa é um ônibus escolar em decomposição”, explica Gus, que além de ter composto a música, deu o tom de todo o instrumental com baixo, violão, bateria e, posteriormente, com a mixagem e masterização.
“Mantive o instrumental e a minha voz gravados na demo, que transmitiam de forma crua a intenção da música. Na gravação de estúdio entraram a voz de Vic, teclados do incrível Rodrigo Tavares e a guitarra estilo ‘surf’ que o Fernando Vidal acrescentou durante a gravação”, revela o vocalista.
A dupla, que em 2016 surpreendeu na web com os hits autorais “Sixteen”, “Open Door”, “Another You”, “We Know” e “Aldebarã”, em 2017 teve a oportunidade de se apresentar em diversas casas de show do Rio de Janeiro e Nova Iorque.
Em novembro do ano passado, inovou mais uma vez com o lançamento de um clipe com roteiro cinematográfico, produzido para o single “I Promise I Won’t Shoot”. O roteiro foi elaborado pelo casal e expressa muito do estilo próprio deles, que carrega as músicas com representações de ambientes e mundos diferentes.
Tudo parece se encaixar magistralmente. Com uma temática western – termo usado para representar a estética do Velho Oeste –, o clipe serve como uma materialização da letra. O cenário escolhido foi uma usina abandonada com ferrugem por todos os lados, invasão de natureza, coisas quebradas, bastante poeira.
“Comentamos que se um estúdio fosse montar do zero um lugar como esse, provavelmente não ficaria tão bom quanto. Essa locação, além de ser boa por si só e combinar com a sonoridade da música, combina também com o roteiro do clipe”, analisa Gus.
A narrativa é cheia de surpresas, com três atos que acompanham as reviravoltas presentes na canção. Gus comenta sobre o clipe: “Tem a ver com a parceria, com agir junto. E depois a gente abre a caixa e se reconhece ali. O áudio, o vídeo e o roteiro evoluem juntos ao longo do clipe. É uma representação visual da canção, não é nada abstrato, apesar de ser bem fantasioso, de ter os efeitos especiais e estar numa situação surreal”. O álbum tem lançamento previsto para este ano, sem data definida até o momento.