Uma lufada de ânimo para o Rio

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Da esquerda para a direita: Patricia Vieira, Mara Mac, Martu, Blue Man, Isabela Capeto, Maria Filó e Osklen

Fotos: Divulgação

E o Rio sentiu que, sim, pode e deve voltar a ser oficialmente um centro lançador de tendências no Brasil. Com a realização do Rio Moda Rio – evento que trouxe à Cidade Maravilhosa 14 marcas entre os dias 15 e 17 de junho, com programação variada – a cidade, que anda tão pra baixo por razões que passam longe da moda em si, renovou os ânimos. O evento partiu de uma premissa interessante e super conectada com os rumos da moda global: veja agora e compre agora. Ou seja, o que se viu na passarela já foi para as araras. Abolindo as nomenclaturas de estações do ano e colocando o Pier Mauá para ferver com desfiles, palestras, shows e aquela vista linda da Baía de Guanabara e das obras quase prontas do Porto Maravilha, o saldo final do Rio Moda Rio não poderia ser mais positivo. Vamos à moda.

O Rio Moda Rio teve início na quarta-feira, com uma abertura literalmente nostálgica, que prestava homenagem à Company, Yes, Brasil, George Henri e Maria Bonita, quatro marcas icônicas dos anos 80 do Rio. Na passarela, Xuxa e Silvia Pfeifer atraíram todos os holofotes com roupas que marcaram a história da moda carioca. 

Xuxa desfilou look da “Yes, Brasil” em homenagem às marcas cariocas dos anos 80

Foto: Divulgação

- Patrícia Vieira
Com cartela de cores primárias, o desfile apresentou fendas, decotes e comprimento mídi, tudo em tecidos de couro, marca registrada de Patrícia.

- Lino Villaventura
Em terras cariocas, o estilista homenageou a mulher com looks que oferecem movimento, vestidos e muita cor na passarela. Destaque para as pedrarias bordadas sobre transparências.

- Martu
Uma das marcas estreantes, a grife da estilista carioca Marta Macedo apresentou roupas de festa com glamour, pegada rock’n’roll, franjas esvoaçantes e estampas inspiradas na rigidez geométrica de Burle Marx.

- Blue Man
Fez faz uma viagem por outros países para mostrar o que de tropical e parecido com a gente tem na Austrália, na Ásia, no México, nas Antilhas. Mas o que fica de imagem da coleção é mesmo moda praia jeans, em um resgate aos primórdios da marca.

- Osklen
Sedas e linhos fáceis de vestir e de gostar são as apostas da marca nessa coleção resort apresentada no estonteante Museu do Amanhã, na Praça Mauá. As formas são amplas e os lenços envolvem o corpo de diversas maneiras, criando looks esvoaçantes, descompromissados, finos. Nós e envelopes remetem a sarongues. As camisas de linho trazem elementos de neoprene com cristais Swarovski.

- Isabela Capeto
Muitos bordados, aplicações e transformações em vestidos caprichadíssimos, detalhados. Também tem os jeans com bordados tipo patch, a ráfia em franjas ou aplicada no tule formando florais, aviamentos antigos que garantem a exclusividade da peça e mesmo peças vintage resgatadas e totalmente customizadas.

Os bordados feitos com esmero ressaltam ao olhar no desfile de Lino Villaventura

Foto: Divulgação

- Mara Mac
A marca se inspira em oceanos: os azuis estão presentes, assim como os amassados, os algodões nos looks minimalistas. Listrados coloridos, amassados manuais, tingimentos a seco. Tudo clean, leve, a cara da grife.

- Maria Filó 
Estão por aqui a estampa corrida, o tricô (tanto com franjinha como em jacquard), o poá, a mistura de poá e listra, o laço, a renda.

- Lenny Niemeyer 
Inspirada na cultura japonesa, a estilista brincou com quimonos e com a rica cultura de estamparia que o país tem. Destaquel para a técnica shibari, uma espécie de bondage japonês baseado em amarrações com uma corda só. 


Dica 

O MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, anuncia, depois de 72 anos, uma exposição de moda chamada “Is Fashion Modern?”. A nova exposição está programada para o fim do ano que vem e fica até abril de 2018 em cartaz na Big Apple. A mostra vai contar com 99 itens, entre roupas e acessórios, que impactaram a história e sociedade nos séculos 20 e 21. Até as Havaianas brasileiras estão lá!

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