As últimas estreias no circuito

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“Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi, fala sobre o sumiço de uma etnia em Rondônia

Foto: Divulgação

Uma semana entre festividades de fim de ano precisa de boas histórias para levar as pessoas às salas de cinema, por isso, as estreias de hoje não deixam por menos e apostam em grandes nomes, que tradicionalmente são sucesso. Woody Allen mergulha mais uma vez em seu universo introspectivo e neurótico com um elenco impecável em “Roda Gigante”, enquanto Ingrid Guimarães aposta em uma história leve sobre as dores e delícias de ser mãe. Tem até Bruce Lee como personagem, protagonizando uma história cercada de lendas sobre seu passado antes de Hollywood. 

Baseado em livro homônimo escrito por Thalita Rebouças, o longa “Fala sério, mãe!” chega hoje aos cinemas. Protagonizado por Ingrid Guimarães, colecionadora de grandes sucessos do cinema nacional como “Loucas para Casar” e “De Pernas pro Ar”, a atriz já declarou, inclusive, em entrevistas que queria estrelar uma história que pudesse ser assistida por sua filha de 15 anos. 

Com direção de Pedro Vasconcelos, a história procura apresentar os dois lados da moeda de ser mãe. Ao longo do filme são descritas as queixas e alegrias da mãe coruja, e um tantinho estressada, Angela Cristina, em relação à filha primogênita Maria de Lourdes, a Malu, assim como as teimosias e o sentimento de opressão desta em função dos cuidados, muitas vezes excessivos, de sua genitora. 

Desde que foi lançado lá fora, “O jovem Karl Marx” tem causado muita repercussão nas redes sociais. Talvez por mostrar a gênese de ideias que mudaram a história do século XX e persistem até hoje. Por isso, o filme já é considerado por algumas pessoas obrigatório para quem quer entender nosso contexto atual. Com direção de Raoul Peck, no longa estilo cinebiografia, Karl Marx embarca aos 26 anos para o exílio junto com sua esposa, Jenny. Em 1844, na França, ele conhece Friedrich Engels, filho de um industrialista que investigou o nascimento da classe trabalhadora britânica. 

Bruce Lee (Philip Ng), épico lutador de artes marciais, e seu rival, o mestre de Kung Fu Wong Jack Man (Yu Xia), tentam resolver suas divergências em uma luta sem regras. Pouca gente sabe, mas, antes do estrelato, Bruce participou de embates históricos, sendo o maior deles o contado do filme, um confronto ocorrido por “divergências” filosóficas entre os participantes a respeito do ensino das artes marciais. Mas esse será um combate que se tornará emblemático na carreira do futuro ator de cinema, marco fundamental em sua trajetória. Com direção de George Nolfi, o icônico duelo de “A origem do dragão” se deu na Califórnia, com poucas testemunhas, mas, agora, ganha destaque na telona. 

No novo longa de Woody Allen, “Roda Gigante”, a atriz Ginny (Kate Winslet), casada com Humpty (James Belushi), acaba se apaixonando pelo salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Uma mulher marcada por seus erros do passado e que, por isso, abandona todos os seus sonhos para ter uma vida extremamente ordinária, morando atrás de uma roda-gigante em Coney Island com seu marido, que possui um carrossel, enquanto ela tem que trabalhar como garçonete para equilibrar as contas da casa. Mas, quando sua enteada, Carolina (Juno Temple), também cai de amores pelo rei da praia, as duas começam uma forte e surpreendente concorrência. 

Outro brasileiro que estreia hoje, “Bye-Bye, Jaqueline”, de Anderson Simão, conta a história de Jaqueline (Poliana Oliveira), uma jovem humilde de 16 anos, bolsista em um colégio particular, que passa seus dias dividida entre os estudos e os pensamentos em Fernando (Victor Carlim), o garoto mais bonito da escola, por quem está perdidamente apaixonada. O que ela não imagina é que sua melhor amiga, Amanda (Gabrielle Pizzato Santana), tem uma história com o rapaz e ele tem um segredo capaz de impedir qualquer chance de namoro entre os dois. Além disso, Marchesi (Leonardo Oliveira), amigo de Fernando, também gosta dela e pretende fazer de tudo para conquistá-la.  

  

Brasil no Festival de Berlim  

Três filmes brasileiros, entre 11 selecionados, foram anunciados para sessão Panorama, mostra paralela à competição principal do Festival de Berlim, um dos principais eventos de cinema de todo mundo que acontece em fevereiro do próximo ano. As três produções são documentários e têm como temática as minorias, indígenas, refugiados e LGBTs. O diretor cearense Karin Aïnou participa com “Aeroporto Central”, que acompanha um jovem refugiado sírio que morou em hangares por um ano na Alemanha. Luiz Bolognesi apresenta “Ex-Pajé”, sobre o sumiço de uma etnia em Rondônia pela perspectiva de ex-xamã que busca sua cultura original. “Bixa Travesty” é a produção da dupla Claudia Priscilla e Kiko Goifman que retrata a cantora transgênero Linn da Quebrada. 

Mais sobre Berlim...  

Três anos após o sucesso de “O Grande Hotel Budapeste”, que iniciou sua carreira como atração de abertura do Festival de Berlim, Wes Anderson vai voltar ao evento alemão, abrindo a programação da 68ª edição com a animação “Ilha de Cachorros”. 

O evento já tem uma primeira leva de longas assegurada para a disputa pelo Urso de Ouro de 2018.  

“Don’t Worry, He Won’t Get Far On Foot”, com Joaquin Phoenix, está na lista dos indicados que também tem o francês “Eva”, de Benôit Jacquot; o italiano “Figlia Mia”, de Laura Bispuri e o alemão “In The Aisles”, de Thomas Stuber.  

Tem ainda dois filmes europeus escalados como hors-concours. “The Bookshop”, da espanhola Isabel Coixet e “The Silent Revolution”, de Lars Kraume.  


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