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Foto: Divulgação
Com lançamento em Niterói marcado para o próximo sábado, dia 4, o segundo livro de Angela Bismarchi promete muita sensualidade e surpreende ao colocar frente a frente personagens de várias obras consagradas como Guinevere – do Rei Arthur da Távola Redonda do século XVII– e o sedutor Don Juan, do século XVI. Sem medo das críticas, ela transforma esses personagens em pessoas dos dias de hoje e se utiliza de teorias de Freud para reconstruir o sedutor mais famoso da literatura como um homossexual. O resultado dessa inusitada mistura chega às livrarias com o sugestivo nome de “Don Juan e seus tons de pink”.
Como surgiu a ideia de misturar sensualidade com personagens literários?
Primeiro surgiu a ideia de escrever um livro sobre sadomasoquismo para concorrer com os “50 Tons de Cinza” da Érika James. Vi que os personagens da Érika eram muito fracos e aí que estava o “pulo do gato”. Procurei personagens fortes que “derrubassem” Christian Grey e Anastásia. E, na pesquisa, encontrei Don Juan e Guinévere, a consorte do Rei Arthur da Távola Redonda, que o traía com Lancelot, seu principal guerreiro.
Falar sobre sexo ainda causa muita polêmica?
Ainda? Vai causar a vida toda. Sexo é a mola propulsora do cérebro. Sem sexo seu cérebro começar a declinar e você cai na senilidade.
Não teve medo da reação e crítica das pessoas ao questionar a masculinidade do personagem Don Juan?
Nem um pouco, pois o assunto homossexualidade é vibrante e é moda hoje, amanhã e sempre. Outra coisa: não sou eu que estou questionando a sexualidade de Don Juan. Foram os psicólogos de 1900 Freud e Lacan. Você encontra um trabalho belíssimo sobre o “Don Juanismo” escrito por Freud onde ele mostra isso.
Com tantos livros picantes nas prateleiras hoje em dia, o que você acredita ser o grande diferencial de “Don Juan e seus tons de pink”?
Por muitas razões. Tem uma bonita capa e uma encadernação maravilhosa. No início de cada capítulo, fotos picantes e reveladoras que ajudam a entender melhor cada capítulo. Don Juan é um grande atrativo como conquistador compulsivo e ainda mais agora, com a possibilidade dele ser homossexual, vai despertar muita curiosidade. O final do livro remete ao Alquimista de Paulo Coelho e dá um gostinho de quero mais.
Como é seu processo criativo? Como trabalha a Angela escritora?
Como todo escritor, começo fazendo minhas sinopses. Para chegar ao Don Juan finalizado, eu fiz nove sinopses da história que queria escrever. As oito anteriores eu rasgava e jogava fora. Na nona e última... eu chorei... era ela... eu tinha encontrado o meu Don Juan.
O que esse novo livro revela sobre você?
Realmente sei que as pessoas vão confundir muito a personagem principal Guinévere comigo, mas são coisas diferentes. A escritora se envolve com todos seus personagens. Por exemplo: a Morgana (que na literatura é a bruxa da Bruma de Avalon), na história de Camelot tem um caso com o Rei Arthur, mas no meu livro eu a coloquei como a maior amiga da Guinévere. Posso te dizer que ela é uma personagem encantadora. Adorei escrever sobre Morgana. Ela é engraçadíssima. Tem um pouco de mim. Assim também como o a Guinévere, é claro! É impossível um escritor não passar um pouco da sua essência para o livro.
A Livraria Saraiva fica no Plaza Shopping, na Rua XV de Novembro, 8, 3º piso, no Centro de Niterói. Dia 4 de março (sábado), às 19h.
Angela Bismarchi lança romance sadomasoquista
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