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Aliança Francesa abre as portas, a partir da próxima semana, para três eventos culturais

Fotos: Divulgação

O fim de junho já está batendo na porta. Enquanto Niterói se prepara para sair das festas juninas e entrar nas festas julinas, a Aliança Francesa abre as portas, a partir da próxima semana, para três eventos culturais.Nesta terça-feira (23), a Midiateca recebe, a partir das 19h, a conferência de Christian Leray. No dia 25, quinta-feira, “Corpos em movimento na cidade”, de Jean-Jacques Sanchez, substitui “Entrelaçados”, de Vanize Claussen, na La Galerie 52. No dia 30, terça-feira que vem, a Aliança expõe na Galeria de Arte La Salle a exposição científica “A Herança da Terra – Salvar O Planeta do Pequeno Príncipe”, de Jean Pierre Guéno.

Nesta terça-feira , no primeiro evento ‘pacotão’ da Aliança Francesa, é a vez do pesquisador, doutor em sociolinguística e poeta Christian Leray. Na conferência, o francês promete falar da língua como vetor identitário, da importância da viagem para sua escrita, além de ser a oportunidade para conhecer um pouco mais de seus trabalhos publicados. O pesquisador tem uma longa história com o Brasil. “Brasil, o desafio das comunidades”, de 1981, por exemplo, foi escrito quando Leray conheceu os moradores da Favela do Mocotó, em Santa Catarina. Dois anos depois, o francês retornou ao País, e, desde então, nunca se despede por muito tempo. 

“Tudo começou com ‘um amor de primeira vista’ diante da beleza harmoniosa das curvas femininas dos morros da Baía de Guanabara, que se relevam na madrugada com os raios do sol. Senti-me suspenso no tempo e no espaço. Desde quando descobri a obra de Niemeyer, que gosta também das curvas femininas, desejo sempre voltar a Niterói”, relembra o pesquisador, que avisa que já tem planos para voltar à cidade em novembro. Seu mais recente livro, “Amor Do Mar / Amour De La Mer”, um compilado de poemas haicais em português e francês trabalha justamente com a ideia de saudade. 

“As minhas idas e vindas entre França e Brasil estiveram às vezes marcadas pela nostalgia, ou melhor, pela ‘saudade’, que, para mim, foi também um sentimento de ‘falta’ da presença da minha namorada brasileira”, descreve Christian

A consciência ambiental de Saint Exupéry é o mote da mostra na Aliança Francesa

Foto: Divulgação

Dança e corpo – Na quinta-feira, Jean-Jacques Sanchez marcará presença em “Corps en jeux dans la ville” (Corpos em movimento na cidade), um projeto da sua companhia de dança. Idealizado pelo próprio Jean-Jacques, a mostra é um convite para passar tempo numa relação simples com a dança. Na proposta, essa dança é levada para a rua, com os transeuntes passando ao redor, e, através das lentes das câmeras fotográficas, registram-se esses instantâneos de trocas e de movimentos. As tomadas de cena e as gravações sonoras da proposta decorrem da deambulação coreográfica “Uma dança para você”, no espaço público ocorrido em Paris em abril de 2011, no âmbito de uma residência de artistas no Point Éphémère.

“Pra mim, corpo é jogo, o bailarino está brincando na rua, organizando uma nova forma de viver ou organizar a cidade. Os bailarinos vão jogar com o movimento da cidade”, explica o idealizador do projeto. 
Além de Jean-Jacques, participam François Bouteau e Stéphane Mensah, bailarinos da Compagnie Jean-Jacques Sanchez, e os fotógrafos Jean-Marc Gourdon e Julietta Piacenza Vanderhoeven.

“Foi apenas um dia de performance na rua, um bailarino dançando mesmo e dois observando, acompanhando, chamando as pessoas caminhando na rua para as entrevistas. A gente queria saber, por exemplo, o que eles pensavam sobre o movimento dos bailarinos”, conta. 

Sanchez tem uma ideia de dança como instrumento que permite botar as pessoas em contato com elas mesmas. Quando o público não vai ao teatro, a solução é levar a dança para a rua, para o espaço público, que oferece motivações ao bailarino. 

“Paris tem essa ideia de cidade onde todo mundo está sempre correndo atrás de alguma coisa. No projeto, a gente desloca essa imposição de como viver a cidade. Existe poesia no espaço público”, complementa, contando que tem vontade de fazer uma experimentação parecida no Rio de Janeiro. 

Meio ambiente – Para encerrar, na terça-feira que vem é a vez da estreia de “A Herança da Terra – Salvar o Planeta do Pequeno Príncipe”. Concebida pelo escritor e historiador francês Jean Pierre Guéno, a exposição retrata as preocupações com o meio ambiente que o autor de “O Pequeno Príncipe”, Saint Exupéry, já demonstrava, de modo visionário, em sua época. Lindamente ilustrada com fotografias da Terra e do Universo feitas pela Nasa, Centro Nacional de Estudos Espaciais do Governo Francês (CNES) e Agência Espacial Europeia (Esa), e pelo renomado fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand, a exposição marca a atualidade da obra de Saint Exupéry e promove a reflexão sobre o destino do homem e da Terra.

A Aliança Francesa de Niterói fica na Rua Lopes Trovão, 52, 2º andar, Icaraí, em Niterói. Entrada franca. Telefone: 2610-3966. Conferência: terça-feira (23), às 19h. Exposição “Corpos em Movimento na Cidade”: quinta-feira, às 19h. Exposição “Herança da Terra – Salvando o Planeta do Pequeno Príncipe”: 30 de junho, às 19h.