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Bastidores do rock de Brasília
Foto: Divulgação/Alessandro Dantas
O escritor niteroiense Pedro de Luna e produtor do evento Gustavo Sá lançam o livro “Histórias do Porão”, que conta a história do mais antigo festival de Brasília e um dos mais importantes do Brasil, o Porão do Rock, que completou 20 anos.
No livro, Pedro de Luna, que cobriu a primeira edição do evento, em 1998, revela os causos de bastidores, os melhores e os piores momentos, as cenas inesquecíveis e os desafios. Tudo ilustrado com fotos belas e raras.
“Sempre tem causos envolvendo artistas muito doidos ou episódios de estrelismos. Mas, para citar alguns destaques, diria que a relação da Pitty com o Porão do Rock, o primeiro grande festival onde ela tocou no início da carreira, em 2003, e outras vezes posteriores, inclusive em 2008, quando pediu para abrir para os britânicos do Muse; os inúmeros shows dos Raimundos, inclusive com o Rodolfo ainda no vocal; a pedrada dirigida ao Supla que atingiu o baterista da banda; a primeira e única edição em Buenos Aires e a que celebrou o aniversário de Brasília, que praticamente trouxe a Legião Urbana de volta, em 2009”, revela Pedro.
O festival surgiu em 1998 em Brasília, pois existia um subsolo num centro comercial onde as bandas ensaiavam batizado de “Porão do Rock”. Essas bandas se reuniram para fazer um evento e chamaram o produtor Gustavo Sá, da For Rock, para fazer acontecer. Com o passar do tempo, os estúdios foram fechando, mas o evento se tornou um dos mais importantes da capital e do País.
Nesses 20 anos, o Porão do Rock já passou por inúmeras transformações, acontecendo em locais e meses diferentes, com um, dois e três dias, com entrada franca e paga, entre tantas outras mudanças. Mais do que apenas entreter, ele se destaca por ser uma ONG e receber inúmeros prêmios em suas campanhas publicitárias e pelas ações de sustentabilidade e responsabilidade social.
“Estive nessa primeira edição em 1998, e em várias outras posteriores, e fiquei impressionado com o rápido crescimento do festival. Passando por todas as tendências e modismos que acompanharam os grandes festivais, já passaram pelos palcos do Porão do Rock quase 500 artistas, inclusive 35 estrangeiros. Por essas e outras, o livro não apenas registra duas décadas do rock brasileiro, mas da música nacional e internacional”, conta o escritor.
Um dos aspectos importantes a se destacar é que praticamente nenhum festival desses surgidos nos anos 1990 tem um livro, um registro de sua história, a não ser um sobre o Goiânia Noise (lançado em 2005) e agora o do Porão do Rock. Este é o primeiro com a marca da FBA – Festivais Brasileiros Associados, a entidade que reúne os mais importantes e longevos do gênero, como o Abril Pro Rock (PE), o MADA (RN) e o já citado Goiânia Noise, por exemplo.
“A trajetória do festival é interessantíssima, e tive a oportunidade de cobrir algumas edições, sempre únicas. Quando o festival estava prestes a comemorar 20 anos, em 2018, propus ao produtor do evento, o Gustavo Sá, de fazer um livro para imortalizar a sua história. Porém, contando do ponto de vista dos bastidores, de quem faz o Porão acontecer. Ou seja, os artistas estão representados no livro através de centenas de fotos lindíssimas, registradas nessas duas décadas do festival, mas a história foi contada por quem estava por trás das cortinas”, explica Pedro.
Grandes eventos são um dos principais motivadores para as bandas autorais. Pedro de Luna lembra da época em que participava ativamente dessa cena em Niterói.
“O festival Arariboia Rock aqui em Niterói, que aconteceu por 10 anos consecutivos, também cumpria essa função. Acho que foi a primeira e única vez, por exemplo, que uma banda gringa tocou no Teatro Popular de Niterói e com entrada franca. Foi em 2012, na oitava edição, quando trouxemos os norte-americanos do The Eternals, de Chicago, além dos paulistas do Rock Rocket. Graças ao Arariboia Rock, a cena do Leste Fluminense cresceu muito entre 2004 e 2014, com dezenas de ações bacanas, além da criação do Dia Municipal do Rock em Niterói, dia 4 de dezembro. Até a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro imortalizou o Arariboia Rock com o título de patrimônio imaterial, além de outros títulos que recebi de vereadores e de um deputado estadual. Mas chega uma hora que, sem incentivo, fica impossível continuar. Fizemos o último festival em 2014, e pendurei o chapéu”, detalha.
Bastidores do rock de Brasília
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