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Os historiadores Leandro Silveira, Winnie Delmar e Matheus Tavares são os autores do livro, que resgata a folia niteroiense
Lucas Benevides
A folia dos tempos áureos do carnaval niteroiense será contada no livro “Antigamente é que era bom: A folia niteroiense entre 1900 e 1986”, lançado nesta segunda-feira (5), às 18h, no Solar do Jambeiro, ao som de animadas marchinhas de carnaval, com a apresentação musical do grupo Coisas da Antiga, sob o comando do cantor e cavaquinista Cacau Campos.
Fruto do trabalho meticuloso dos historiadores Leandro Silveira, Matheus Tavares Viug e Winnie Delmar de Souza Silva, o livro, através de fotos, entrevistas e artigos de jornais e revistas, faz um inédito passeio pela folia niteroiense.
“A iniciativa se deu na casa da ‘Tia Íris’, da Acadêmicos do Cubango, que é mãe da Winnie, em 2014, quando eu fazia parte de um grupo de pesquisa na UFF no qual o Matheus era bolsista. A gente começou a pensar essa ideia e fizemos um projeto. Fizemos contato com a Prefeitura, através da Fundação de Arte de Niterói, e conseguimos o apoio necessário para tocar o projeto pra frente”, revela Leandro Silveira, que é mestre em História Social pela UFF.
A obra traz fatos e curiosidades sobre oito décadas de história do carnaval da cidade, mostrando a tradição da festa de Momo no município, desde os tempos do entrudo, dos corsos, dos banhos de mar à fantasia, até a formação do carnaval mais contemporâneo, com cordões e blocos carnavalescos, bailes nos clubes, chegando ao sucesso do segundo maior carnaval do Brasil, como era considerado o desfile das escolas de samba de Niterói.
“Nossa ideia era falar apenas sobre as escolas de samba do carnaval de Niterói, de 1946, quando acontece o primeiro desfile oficial, até 1986, ano que Cubando e Viradouro saem do carnaval da cidade e a gente considera como um declínio no evento. No entanto, percebemos que existem diversas outras manifestações e fomos buscar o que havia antes. Por isso, recuamos até 1900, uma vez que nossa principal fonte de pesquisa foram jornais digitalizados que estão disponíveis a partir deste ano. Inclusive, o Jornal O FLUMINENSE foi uma das principais fontes do nosso trabalho”, destaca Matheus Tavares Viug, estudante de História pela UFF.
O trabalho aborda também a alegria e a originalidade dos foliões do tradicional carnaval de rua.
Para o secretário municipal de Cultura, Marcos Gomes, a Secretaria e a Fundação de Arte de Niterói (FAN), por meio do Selo Niterói Livros, cumprem seu papel com a publicação da obra, ao investir em novos pesquisadores e contribuir para a construção da memória da cidade.
“Desfilo na Cubango desde os seis anos, por ser nascida e criada no bairro e na escola. O gosto de participar desse trabalho, que começou na monografia de graduação, é muito bom. Esse livro é algo muito maior, é sobre um carnaval tão esquecido hoje, mas que já foi um dos maiores do País. Se hoje temos três escolas disputando o grupo especial no Rio, devemos a esse passado. Tudo nasceu da iniciativa de quem fundou essas agremiações entre os anos 40 e 80. Acredito que esse trabalho possa até ajudar no resgate de uma valorização”, conclui Winnie Delmar de Souza Silva, formada em História pela Universidade Unilasalle e também porta-bandeira.
Carnaval dos velhos tempos
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