Carreira passada a limpo

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Músico promete som animado e leve, com repertório de toda a sua carreira

Fotos: Divulgação

Cativando o público com seu carisma e espontaneidade no palco, o cantor e compositor Luis Carlinhos volta nesta quarta-feira (24), depois de quatro anos, ao Teatro Municipal de Niterói, no Projeto Palco Aberto, para apresentar o show “Gentes, 20 anos ao vivo”.

Acompanhado de sua banda, composta por João Hermeto na bateria, Rubens Leite no baixo e João Gaspar na guitarra, Luis traz ao palco uma apresentação performática que reúne músicas de diversas fases de sua carreira, desde clássicos da banda de reggae Dread Lion, na qual Luis era líder, até as canções mais recentes, como “Facebook is on the table”, música que fez em parceria com Mauricio Baia e Gustavo Macacko, que estará no seu próximo álbum a ser gravado em agosto.

Luis Carlinhos estreou sua carreira solo em 2005 com o CD “Rapa da Panela”, produzido em seu estúdio caseiro, o Cascudaria. Compôs 10 das 11 músicas e reuniu grandes músicos como Zé Nogueira, Zé Paulo Becker, Donatinho, Paulo Calazans, entre outros. O CD recebeu a indicação na categoria “Melhor Disco de MPB” no Prêmio Claro de Música Independente em 2006.

Depois de cinco CDs em estúdio, Luis registrou a emoção do palco com o CD e DVD “Gentes, 20 Anos ao Vivo”, lançado em 2013, que aconteceu na Casa Canoa Verde, em São Conrado, no Rio, e contou com a direção do músico Shilon Ziegel e a direção de vídeo de Bruno Murtinho. 

No ano passado, Luis percorreu países da Europa com o show “Voz + violão”. O músico também apresentará o show “Gentes” no dia 9 de julho, na Miranda, na Lagoa.

Em entrevista a O FLUMINENSE, Luis fala um pouco sobre a sua paixão pela música e conta suas expectativas para o retorno ao palco do Teatro Municipal

Carlinhos está comemorando seus 20 anos de carreira

Foto: Divulgação

Quando começou a se interessar por música e qual foi o seu primeiro contato com essa arte?
Quando vi um violão deixado de lado pelo meu irmão mais velho. Filho caçula de quatro irmãos, ficava com a sobra das coisas. Comecei os primeiros acordes com o meu professor Paulinho, uma figura que tinha um visual típico do rock, gênero que bombava no fim dos anos 1980. Dali saíram os acordes iniciais e, em seguida, as letras compostas para uma banda que formei com o Davi Moraes, filho do cantor Moraes Moreira. A banda se chamava Sondagem da Terra. De lá para cá, nunca mais larguei. Difícil dizer sobre o meu primeiro contato com a arte. A partir do momento que começo, através da música (ou de outra linguagem), a expressar o meu olhar sobre as coisas no mundo, me torno artista. E isso se deu neste período, quando fui formando, definindo a minha identidade na pós-adolescência.

Quais foram os músicos que mais te influenciaram e o que te inspira na hora de compor?
Geraldo Azevedo, Novos Baianos, Gil, Djavan, Caetano... Esses grandes da nossa música. Da leva internacional fui influenciado por Stevie Wonder, Lenny Kravitz e pelo maior de todos, Bob Marley. Por muito tempo, durante o meu período como cantor do Dread Lion, ouvi reggae. Bandas como Steel Pulse, Third World e Black Uhuru não saíam do meu walkman ou discman, os dispositivos da época. Hoje, ouço de tudo, especialmente os meus contemporâneos, Rodrigo Maranhão, Matheus Von Krueger, Mariana Aydar, Aline Paes. Se eu for listá-los aqui, faltará espaço. A inspiração para compor vem do que eu leio, vejo na rua, sinto no coração, passo na vida. Algumas canções nascem de escritos meus, de parceiros, ou de melodias e levadas depois letradas. Às vezes nos fixamos em temas, motes, e em outras não.

Porque o nome “Gentes”?
O nome me veio a partir de uma fala espontânea durante um vídeo que fiz para o crowdfunding, ferramenta que utilizei para gravar o DVD. Penso que o que me motiva a tocar são as pessoas, a plateia, do tamanho que for. Nesse contexto, elas (as pessoas) se tornam muito importantes, tanto quanto a própria música. Outro sentido que vejo na escolha é o tanto de “gentes” que fui (ou sou) nesses 20 anos: músico, ator, produtor cultural, professor, surfista... Quantos papéis exercemos nesta vida? Gente é coletivo. Mas como perceber o singular, o individual neste coletivo? Como perceber o cada um da gente no meio do todo que somos? Essa é a brincadeira. E também gosto do nome, da brincadeira do “s”. Ver o deslocamento da palavra e o seu sentido quando o inserimos.

Quais são as suas expectativas para o seu retorno ao palco do Teatro Municipal?
São as maiores. Esse teatro é um dos mais lindos do Brasil. Talvez perca apenas para o José de Alencar em Fortaleza. Niterói é praticamente minha segunda cidade. Minha mulher é daí, tenho muitos amigos na região e lembranças de shows memoráveis. As apresentações do Dread Lion na Cantareira, no Pampa, no extinto Bedrock. Depois, as minhas apresentações solo no Gôa, Bendito, até a última no Teatro Municipal, quando lancei o CD “Muda”. Todas elas foram determinantes para a formação do meu público por essas bandas.
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O que o público pode esperar desse show?
Um show contagiante, pra cima e leve. Estarei acompanhado da mesma banda do DVD, com exceção do baixista (desta vez o Rubens Leite): João Hermeto na percussão e João Gaspar na guitarra. Vamos tocar as músicas que ficaram, as mais emblemáticas desses 20 anos de carreira, que passam pelo repertório do Dread Lion, dos discos solo até as mais recentes, as inéditas no DVD. Num momento mais intimista do show, quando fico sozinho com o meu violão, vou cantar “Facebook is on the table” e “Graziela” (do Edu Krieger), duas músicas já selecionadas para o novo disco que começo a gravar em agosto.

Gabriela Outeiral


O Teatro Municipal de Niterói fica na Rua XV de Novembro, 35, Centro. Data: 25 de junho (amanhã), às 19h. Preço: R$ 30. Censura: 12 anos. Telefone: (21) 2620-1624.