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Atriz se orgulha de ter firmado na carreira

Divulgação/Isabel Almeida/CZN

O bom papo e a espontaneidade de Mariana Xavier logo chamam atenção. Não é de se admirar que, por conta dessa personalidade leve, ela tenha conquistado alguns papéis cômicos na televisão, como a Ana Rita de “Além do Horizonte” e, atualmente, a “fogosa” Claudete, de “I Love Paraisópolis”. Mas a atriz também demonstra um lado mais sério quando fala com cautela sobre a profissão. Até porque sabe bem o quanto “correu atrás” até se firmar na carreira. Durante um período, chegou, inclusive, a trabalhar na área de marketing porque era impossível se sustentar apenas como atriz. “Para ficar em cartaz no teatro, eu tinha de tirar do bolso, fazia por amor à arte. Agora já tem alguns anos que consigo pagar minhas contas e ter uma vida relativamente confortável com o salário da minha profissão. Mas, se eu disser que me sinto segura, é mentira. A sensação de insegurança é eterna”, garante.

Envolvida com teatro desde os 9 anos, quando criança, Mariana sonhava em trabalhar na televisão. E, como sua avó morava ao lado da Herbert Richers, produtora onde algumas novelas da Globo eram gravadas, ela aproveitava para pedir autógrafos dos atores que saíam do estúdio. “Eu queria muito isso, mas minha família não botava muita fé e falava: ‘Você é tão inteligente, vai ser atriz?’. As pessoas acham que, para ser atriz, não precisa ser inteligente”, ressalta. Depois de algumas participações na TV, a primeira personagem fixa veio em “Além do Horizonte”, depois de Mariana ter se tornado conhecida do público em geral por sua atuação como Marcelina, no filme “Minha Mãe é uma Peça”. 

Em “I Love Paraisópolis”, você interpreta uma personagem cômica que é uma típica “periguete”. O que mais chamou sua atenção em relação a Claudete?
Com relação à característica da personagem, ela tem essa coisa da autoestima que acho muito legal porque é uma bandeira que levanto, de mostrar que você pode ser feliz fora de um padrão opressor. A novela não mostra o pessoal da comunidade como coitadinho e nem a Claudete como a gordinha pobre que vai se vestir mal. Ela tem vaidade, sim. É muito legal o fato de Claudete ser bem-resolvida, de não ter nenhum problema com isso.


Como foi a preparação para viver a personagem?
Tivemos um workshop com o elenco, onde vimos alguns vídeos sobre Paraisópolis. Eu cheguei a ter só um encontro com Chico Accioly, que é o preparador de elenco da novela, e um encontro com a Íris Gomes, que cuida da prosódia por causa do sotaque. Mas pesquisei muita coisa. Fui a Paraisópolis por conta própria. Claro que a equipe de produção da novela me amparou no sentido de me botar em contato com o presidente da associação de lá para eu não ir sozinha. Achei que seria importante conhecer, ter pelo menos uma noção de como é. Lá, cacei uma “periguete” assumida, de carteirinha, que não tivesse o menor problema de falar isso. Conversei com ela, perguntei como era a rotina, quais eram as noitadas boas de Paraisópolis. Essa menina tem exatamente a situação da minha personagem, porque é filha de nordestino, mas nascida e criada em Paraisópolis. Ela serviu muito para mim por causa do sotaque.