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Cinco filmes dirigidos por mulheres, que, entre os dias 15 e 23 deste mês, serão exibidos na Universidade Anhanguera

Foto: Divulgação

Nada mais nobre do que enxergar nas bases um potencial de evolução na consciência coletiva de nossa sociedade. Nada mais inteligente do que se utilizar de linguagens e temas atuais para debater a respeito da condição humana em nosso século. É com o objetivo de reunir esses elementos em um só acontecimento que surgiu o Circuito Universitário de Cinema, que há cinco anos passa anualmente por universidades em dez Estados brasileiros, com sessões de filmes dedicados à temática dos Direitos Humanos. 

Este ano, o tema escolhido foi Gênero, com cinco filmes dirigidos por mulheres, que, entre os dias 15 e 23 deste mês, serão exibidos na Universidade Anhanguera, em Niterói. Tatiana Maciel, coordenadora do evento, adianta que todas as sessões serão seguidas de debates.

“Serão exibidos cinco filmes, em três sessões diferentes, sendo dois longas e três curtas, que exibiremos em uma única sessão. Todas as sessões serão seguidas de debate. O debate é algo primordial para o projeto. O nosso intuito é que os filmes sejam fios condutores para, justamente, discutir a respeito da temática que eles abordam”, explica Tatiana.

O projeto é realizado pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM)

Foto: Divulgação

Para o evento foram escolhidos: “Precisamos falar de assédio”, um documentário dirigido por Paula Sacchetta; “Positivas”, um longa dirigido por Susanna Lira; “Que lado me olhas”, curta dirigido por Carolina Azevedo e Elena Sassi; “Madrepérola”, dirigido por Deise Hauenstein; e “Quem matou Eloá”, dirigido por Lívia Perez. 

Os debatedores escolhidos foram: Taísa Torelli, jornalista e especialista em Marketing; Luciana Leão, turismóloga e mestranda em Turismo pela UFF; Paulo Correia Santana, enfermeiro e doutorando em Ciências do Cuidado em Saúde pela UFF; e Leonardo Nobre, historiador e gestor de Recursos Humanos.  

O projeto é realizado pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM). A temática é escolhida por uma equipe de curadores, que assistem aos filmes e definem as sessões. O ICEM conta com uma equipe de dez agentes mobilizadores, que são também estudantes universitários.

“Em cada estado, nós temos um universitário, que a gente capacita para que ele seja o agente mobilizador dentro das universidades. Nós temos um núcleo de coordenação aqui no Rio de Janeiro, com uma equipe que seleciona e contrata os estudantes para cumprirem essa função. A meta que nós definimos é fazer oito sessões e atingir pelo menos duas universidades em cada estado”, conta. 

O agente representante do Rio é o estudante de Cinema da ESPM Ramon Costa, de 18 anos, que mediou todos os contatos entre a Anhanguera e o ICEM. Ele está em seu primeiro ano de faculdade, mas já sente o quão importante está sendo sua vivência no projeto.

“O projeto chegou até mim através do professor e coordenador do curso na ESPM, Rico Cavalcante. Ele informou a turma sobre o processo seletivo e nos forneceu os meios necessários para participarmos da seleção. Um estágio como esse para quem está começando é muito interessante, pois já é uma porta de entrada para o meio do audiovisual”, revela o estudante.

No processo seletivo, os candidatos preenchem um questionário com as formações curriculares e extracurriculares, além de informar a opinião e conhecimento sobre os temas abordados nas apresentações. Depois, passam por uma entrevista que busca analisar os perfis.  

“A responsabilidade é enorme, pois é necessário manter em ordem todo o planejamento, estudar a fundo o tema, além de escolher e convidar os debatedores para a mesa redonda que é feita após cada sessão. Esse projeto foi muito importante para mim, pois me ajudou a colocar em prática as coisas que aprendo na faculdade, e também me incentivou a buscar cada vez mais conhecimento sobre os assuntos abordados”, observa.

O material de condução dos debates é feito por Adriana Facina, antropóloga e professora do Programa de Pós-Graduação de Antropologia Social do Museu Nacional. Ela assiste aos filmes e escreve o material trabalhando a temática escolhida para o circuito.

“Eu recebo os filmes e produzo uma apostila com informações técnicas, uma contextualização histórica, documentos que complementam a leitura do filme e questões que podem ser debatidas. Tudo isso para os agentes mobilizadores terem uma base para montar os debates”, conta Adriana. 

Além de professora há quinze anos, a antropóloga também é uma fiel ativista a favor dos Direitos Humanos, o que lhe concede forte intimidade com o assunto tratado. 
“Desde que o projeto começou, se tornou ainda mais importante discutir a questão dos Direitos Humanos. Nós estamos em um país que é um dos maiores violadores dos Direitos Humanos no mundo. É uma situação que vem se agravando, nossa democracia não resolve questões como: o genocídio da população negra, de homossexuais e transexuais, o feminicídio. Então o direito humano básico, que é o direito à vida, não vem sendo respeitado.”  

A Universidade Anhanguera fica na Av. Visconde do Rio Branco, 123, no Centro de Niterói. Dias 15, 16, 17 e 23, às 19h30. Entrada franca. Classificação: consultar programação. Telefone: 3803-0600.