Dissecando o mestre

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Serão 33 produções do mestre nova-iorquino

Foto: Divulgação

O Centro Cultural Banco do Brasil começa o ano de 2019 com uma mostra que, além de inédita no Brasil, reserva uma extensa programação dedicada a homenagear o diretor nova-iorquino Martin Scorsese, prometendo conduzir o público carioca a uma viagem pela perspectiva do cineasta a respeito das diferentes dimensões da realidade americana. 

A mostra, que acontece de hoje a 28 deste mês, é constituída, ao todo, de 33 produções: seus 25 longas-metragens, entre eles, os de maior sucesso, como “Taxi Driver” (1976), “Os Bons Companheiros” (1990), “Os Infiltrados” (2006), “Silêncio” (2016), entre outros; os quatro únicos curtas de sua carreira, como “The Big Shave” (1967) e “Michael Jackson: Bad” (1987); três documentários, entre eles, “Uma Viagem Pessoal pelo Cinema Americano” (1995); e um filme que o diretor produziu exclusivamente para a TV, intitulado “Histórias Maravilhosas” (1986). 

Além das exibições, os curadores José de Aguiar e Marina Pessanha prepararam dois eventos especiais gratuitos: um debate entre os críticos Luiz Carlos Oliveira Júnior e Paulo Ricardo Gonçalves, que acontece dia 24, às 19h, logo após a exibição de “Caminhos Perigosos” (1973); e um curso, que será ministrado por Luiz Carlos Oliveira Júnior nos dias 16, 17 e 18. As inscrições para o curso devem ser feitas pelo e-mail ([email protected]). 

Quem conseguir juntar quatro ingressos ganhará um catálogo da mostra com um rico conteúdo, como fotos, fichas técnicas, filmografia, textos críticos inéditos e clássicos de publicações nacionais e internacionais.

A ideia da mostra surgiu a partir do sentimento de fã que os curadores cultivavam já há um tempo, quando, após uma breve pesquisa, descobriram que nunca antes havia sido promovida uma mostra dedicada inteiramente ao trabalho do diretor. 

“O José e eu somos apaixonados pelos filmes do Scorsese, fazendo com que esteja entre os diretores que a gente mais gosta. Além de ser um cineasta incrível, também é uma personalidade que tem várias funções incríveis dentro do cinema. Um dia, estávamos revendo ‘Os Bons Companheiros’ e pensamos que seria ótimo se tivesse uma mostra do Martin Scorsese. Logo após, demos uma pesquisada na internet e vimos que nunca, no Brasil, teve uma mostra em homenagem ao trabalho do diretor. Achamos isso muito curioso, porque é um cineasta muito conhecido aqui. Fizemos o projeto e vimos que o ineditismo era um ponto positivo. Inscrevemos em um edital e passamos”, conta Marina. 

 

Em ordem, “Taxi Driver”, o clássico de 1976 com um jovem Robert De Niro; “Touro Indomável” (1980); “Cassino” (1995); “Quem bate à minha porta” (1969)

Foto: Divulgação

O processo de produção durou cinco meses, e envolveu um intenso trabalho de produção de cópias e direitos dos filmes, além da pesquisa dos filmes por acervos do mundo inteiro, de onde eles conseguiram trazer raridades como “Sexy e Marginal” (1972) e “Caminhos Perigosos” (1973). 

“Primeiro fizemos um levantamento de tudo que estava disponível, mas quando a data se aproximou, tivemos que refazer todo o processo, porque nesse meio tempo muita coisa muda. Cópias que antes estavam disponíveis já não estavam mais, com isso tivemos que procurar em outros lugares; direitos que mudam de mãos… Então, envolveu muitas coisas, como entrar em contato direto com a secretária do Scorsese, por exemplo”, lembra.

“O lobo de Wall Street” (2013) , uma das obras do diretor nova-iorquino

Foto: Divulgação

Para além do ineditismo, José de Aguiar acredita que mostrar um pouco mais do diretor para o público carioca, em uma mostra de grande porte como essa, se torna uma iniciativa muito importante, tanto pela qualidade técnica de seu trabalho como pela pertinência dos temas tratados em seus filmes. 
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“A relevância dele está no fato de que é um dos cineastas mais importantes da história do cinema em geral, pelo menos nos últimos 50 anos, eu diria. Trabalhou com diversos gêneros e ajudou a consolidar o cinema de gangster. Também tem uma particularidade de conseguir contar um pouco da história americana de uma forma muito vívida, trabalhando com a questão da violência, que é um tema contemporâneo. Tudo isso, fora a qualidade do cinema dele, que tem uma identidade muito forte. De modo geral, é muito enriquecedor para o público”, pondera o curador. 

O CCBB-RJ fica na Rua Primeiro de Março, 66, no Centro do Rio. De 2 a 28 deste mês. Preço: R$ 10 (inteira), com exceção de algumas sessões com entrada franca. Telefone: 3808-2020.