![]()
Para repertório do MIB, eles prepararam músicas do CD “Caprichos”, de Hamilton de Holanda; “Choro Manouche”, música composta pelo próprio Tiago que faz uma mistura entre o choro e o jazz manouche; e, claro, músicas do saudoso Jacob do
Foto: Divulgação / Gustavo Marra
No ano em que o nosso primoroso bandolinista Jacob do Bandolim completaria 100 anos também acontece, neste sábado e domingo, às 20h, a primeira edição da série “Música Instrumental Brasileira (MIB)”, no Teatro da UFF, com apresentações em duo entre o consagrado bandolinista Hamilton de Holanda e o jovem Tiago Tunes, de apenas 20 anos.
O MIB surgiu com o objetivo de contribuir para a difusão da gama de músicos e formações que se dedicam à música puramente instrumental. Para Hamilton, um evento como esse em uma universidade, além de uma ótima oportunidade para divulgação do trabalho do Tiago, serve também como incentivo para as novas gerações.
“Classifico esse tipo de projeto como fundamental, porque fomenta a cultura. Mostra para o Brasil as coisas positivas e boas que estão sendo produzidas pelos brasileiros. E Niterói é uma cidade que tem uma tradição de grandes músicos - naturais ou residentes - que mostram a importância da cidade no panorama da música instrumental brasileira. E outro ponto muito importante é que, quando esse tipo de projeto é voltado para a juventude, o resultado é sempre maravilhoso”, declara Hamilton, que também confessa não ter chegado à ideia do duo para essa apresentação por acaso.
“Conheço o Tiago desde que ele era bem novinho, com 12, 13 anos. Na verdade, eu o vi crescer musicalmente. A ideia do duo partiu de apresentar um nome novo, um menino que está tocando muito bem. Além do mais, ele toca bandolim de dez cordas, um instrumento tão brasileiro, com uma escola tão forte aqui”, conta.
O bandolim de dez cordas foi inventado no ano 2000 pelo próprio Hamilton de Holanda. Segundo ele, o desejo de acrescentar mais duas cordas ao instrumento - tradicionalmente composto por oito - nasceu no momento em que aprendeu a tocar violão, pois teve a experiência da polifonia.
“A principal diferença do bandolim de dez para o de oito cordas é que ele é um bandolim polifônico. Isto quer dizer que ele se compara a um violão, um piano, um acordeom. É um instrumento que pode fazer os três elementos básicos da música, a melodia, a harmonia e o ritmo, de uma vez só. Você pode tocar tanto em um arranjo como em um solo que ele vai conseguir te transmitir o todo da música, a arquitetura completa da música. O bandolim de oito tem uma função diferente, por exemplo, em um conjunto de choro, ele faz o solo”, explica.
Tiago vive a música desde a infância e, apesar da pouca idade, já possui uma vasta experiência com o bandolim. Aderiu à versão de dez cordas em 2012, quando também começou a se aprofundar na técnica desenvolvida por Hamilton, que, segundo ele, sempre teve um destaque diferente em sua atenção.
“Sempre gostei de ouvi-lo e me impressionar com a beleza com que ele toca. Vendo-o, percebi logo a riqueza de possibilidades que o bandolim de dez cordas proporciona e fiquei com vontade de me envolver também com essa nova proposta”, comenta Tiago.
Para repertório do MIB, eles prepararam músicas do CD “Caprichos”, de Hamilton de Holanda; “Choro Manouche”, música composta pelo próprio Tiago que faz uma mistura entre o choro e o jazz manouche; e, claro, músicas do saudoso Jacob do Bandolim, homenageado da noite.
“Tenho uma admiração muito grande por ele, porque foi um grande pesquisador, um grande músico e um grande defensor da música brasileira. Ele lutava pela valorização do que já tinha sido feito, como a obra de Ernesto Nazareth - que ele pesquisou muito -, e do próprio Pixinguinha”, acrescenta.
O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói. Sábado e domingo, às 20 horas. Ingresso: R$50 (inteira). Classificação: Livre. Telefone: 3674-7515.
Encontro de gerações
Tpografia
- Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
- Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo Leitura