Entre o cotidiano e o improviso

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Ator considera seu que seu show de humor segue os moldes dos antigos comediantes brasileiros, como Juca Chaves, Jô Soares, José de Vasconcellos e o próprio Chico Anysio, que dirigiu o espetáculo há 10 anos

Divulgação

O ator e comediante Nelson Freitas traz para Niterói o seu show de humor “Nelson Freitas e vocês”, que está completando dez anos. De hoje até o dia 1º, aos sábados e domingos, às 20h, no Teatro Abel. O espetáculo, que iniciou com a direção do humorista Chico Anysio, há 10 anos, ainda carrega o nome do artista, o que, para Nelson Freitas, é um prestígio.

“Me perguntaram o porquê de eu manter o nome dele, o quadro do pintor Van Gogh, por exemplo, se mantém assinado por ele, não é porque morreu que o quadro não vale mais, não foi apagado”, compara Nelson, que conta que o espetáculo não é um stand-up e, sim, um show de humor baseado nos moldes dos antigos comediantes brasileiros, como Juca Chaves, Jô Soares, José de Vasconcellos e o próprio Chico Anysio.

Ao longo desses dez anos na estrada, houve algumas mudanças no roteiro, que é dividido em módulos baseados em relacionamentos, como o de marido e mulher, pais e filhos, com os adolescentes e, depois, com a menor idade.

“Tenho sempre a espinha dorsal do show, mas nunca sei o que eu vou fazer, vou criando. Tem um artista inglês chamado Dylan Moran que sempre passa em suas apresentações uma sensação de improviso o tempo todo, desajeitado, desequilibrado, como eu fazia no papel da Márcia e Leozinho no ‘Zorra’. Fui me identificando com a interpretação e com o jeito dele, então, tem um pouco do Moran no espetáculo”, admite o artista.

O artista, que já passou pela extinta Manchete e, logo depois, foi para Rede Globo, já atuou em várias novelas. Depois, foi chamado pra fazer parte do elenco de “Zorra Total”, por onde ficou por 16 anos. Atualmente, o ator se dedica ao seu novo trabalho na emissora: foi convidado para a próxima novela das 18 horas, “Tempo de Amar”, com direção de Jayme Monjardim, que estreia dia 26. O artista adianta que o papel é bem diferente do estilo que está acostumado a fazer.

“É um personagem dramático e sério. Será bastante interessante”, prevê.

Apesar da paixão pela interpretação, nem sempre a vida de Nelson Freitas foi assim, nos palcos ou na telinha. O artista, que foi militar, já viajou o mundo por três anos levando cargas, depois se aventurou na área da informática, mas sua veia artística sempre falou mais alto.

“Sempre soube que eu era artista, porque tudo que eu fazia era de uma forma diferente, sou leonino, gosto de chamar a atenção, queria, na verdade, ser cantor, sempre imitei, gostava de fazer a Kate Bush e o Elvis Presley. Quando saí da Marinha, comecei a trabalhar em uma empresa de seguros na parte da informática, desenvolvendo sistemas de computação. Lá no bandejão da PUC-Rio, vi uma placa de teatro para iniciantes e fui. Peguei a última vaga e comecei a fazer. Já na primeira aula, desisti da informática e pensei: ‘vou jogar pra trás mais uma profissão, mas quero ser feliz’. Não parei mais de trabalhar como ator”, resume.

Ator considera seu que seu show de humor segue os moldes dos antigos comediantes brasileiros, como Juca Chaves, Jô Soares, José de Vasconcellos e o próprio Chico Anysio, que dirigiu o espetáculo há 10 anos

O Teatro Abel fica na Rua Mário Alves, 2, em Icaraí, Niterói. De sexta a 1º de outubro. Sextas, às 21h; sábados e domingos, às 20h. Preço: R$ 70 (inteira). Censura: 14 anos. Telefone: 2195-9800.