Luan Santana revê sua trajetória em acústico

Conceito remete ao espírito rocker dos anos 50, apesar do som romântico

Fotos: Divulgação

Seguindo o mesmo padrão que fez as bandas de rock dos anos 1980 voltarem às paradas de sucesso no final dos anos 1990, o álbum “Acústico” de Luan Santana traz uma releitura de algumas de suas canções que fizeram sucesso em versões desplugadas junto com músicas inéditas. Para seguir totalmente a linha unplugged, claro que não poderia faltar o show em vídeo, lançado em DVD e na versão Blu-ray.

O álbum traz 10 grandes sucessos e 10 inéditas ou regravações. Entre o CD e o DVD há diferenças quanto à organização das faixas, mas trazem o mesmo repertório. O DVD traz a mais apenas a seção Luan P&B, uma entrevista despojada do cantor contando sua história e suas experiências. “Eu e ela sempre fomos um só. Eu e a música e a música e eu. Ela nasceu comigo”, diz o cantor no vídeo em preto e branco.

Apesar de ser conhecido como um cantor sertanejo, o trabalho ultrapassa qualquer barreira que este rótulo possa impor e isso já é mostrado a partir da produção, que remete aos anos 1950, tanto no clima do show, nas imagens em preto e branco, na jaqueta de couro que Luan usa, nas roupas dos músicos ou nos arranjos mais calmos das canções. No palco, parece que a banda está tocando na calçada de um cineteatro. Conforme o show vai avançando, o palco se desfaz e se transforma em um show de luzes e Luan abandona a jaqueta e troca por um terno.

No trabalho visual do álbum, o CD e o DVD são tratados como um disco de vinil, onde se pode sentir até as ranhuras das faixas. O encarte traz as letras e as informações de produção, mas praticamente sem fotos. Um vídeo tão bem produzido rendeu boas imagens, mas que não foram aproveitadas.

“Escreve Aí” é a música de abertura do CD e DVD e também a primeira de trabalho. A canção começa com um efeito sonoro de um vinil sendo ouvido em um rádio antigo e depois abre a frequência para um som mais atual. No vídeo, a transição é reforçada com a passagem do preto e branco para o colorido. A canção ganhou um clipe e vem recebendo espaço nas rádios, pois foi a primeira a sair em plataformas digitais antes do álbum físico.

O “Acústico Luan Santana” foi gravado em São Paulo em dezembro do ano passado, nos Estúdios Quanta e, apesar da referência visual aos rockers dos anos 1950, traz o som romântico que fez do artista uma das referências da música sertaneja. Das canções já gravadas em outros trabalhos, agora com novas roupagens, o destaque fica por conta de “Falando Sério”, “Sufoco” e “Meteoro”.

Entre as músicas inéditas, além da faixa de abertura, os destaques ficam por conta de “Chuva de Arroz”, “Um Ser Só” e “Café com Leite”. Além das inéditas, Luan buscou regravar canções de artistas que o influenciam e companheiros de estrada e, assim, aparecem no trabalho músicas como “A Outra”, de Thiago e Graciano, e “Conto de Fadas”, de Israel e Rodolffo.

Para trazer à vida o trabalho, Luan Contou com um time de peso. A banda que o acompanhou tem músicos com status de estrela, como Aaron Sterling, baterista que integra a banda de John Mayer, e novatos como o guitarrista Mateus Asato, de apenas 19 anos, e ainda Cesar Lemos no violão e o percussionista Cara de Cobra. O acústico é acompanhado ainda por um grupo de cordas assinado por Dudu Borges.