O cinema de Jean Renoir

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Jean Renoir, diretor homenageado na exposição do CCBB

Foto: Divulgação

O cinema francês é conhecido por filmes de grande qualidade, uso habilidoso das ferramentas de cena e grande sensibilidade na expressão dos sentimentos. Todas essas características resumem Jean Renoir, um dos maiores diretores da história da França. Por isso, o CCBB está trazendo para o Rio de Janeiro a exposição “A vida lá fora: o cinema de Jean Renoir”, que já está em cartaz nas cidades de Brasília e São Paulo. A exposição, que fica em cartaz de 1 a 27 de março, pode ser vista das 9h às 21h, menos nas terças, quando o CCBB está fechado.

O sobrenome é conhecido no mundo das artes, já que Jean Renoir é filho de Pierre-Auguste Renoir, grande pintor impressionista. Seus filmes influenciaram muitos dos seus contemporâneos, do movimento do realismo poético francês, e ainda foram de grande importância para a nouvelle vague e para o cinema moderno, movimentos artísticos seguintes ao realismo poético na França. Não à toa, ganhou o Oscar honorário da academia por sua contribuição à indústria cinematográfica. O grande Charles Chaplin declarou, uma vez, que considera Renoir o maior cineasta da história e com ele concordam Martin Scorsese e André Bazin (que, inclusive, escreveu um livro sobre Renoir), Glauber Rocha e Julio Bezerra, curador da exposição.

“Assisti à série de grandes obras-primas que Renoir dirigiu nos anos 30 e, desde então, tornei-me um fã inveterado. Ele é um cineasta do mundo, das ruas, dos homens, apaixonado pelos atores e pelos personagens, aberto aos acasos, aos improvisos, ao mundo para além do quadro. Embora seus filmes sejam recheados de tragédias, a sensação que me fica é sempre a celebração da possibilidade de estar vivo”, explica.

Renoir pertencia a um movimento que surgiu junto com a Primeira Guerra Mundial, marcado pelo envolvimento político e pela expressão dos horrores da guerra, com filmes geralmente protagonizados por operários e desempregados que lutam por condições mais dignas de vida, ou, como no grande sucesso do diretor, “A Regra do Jogo”, soldados franceses e seu sofrimento como prisioneiros dos alemães. Esse filme, aliás, é um dos 30 títulos que serão exibidos na sala de cinema do CCBB, sendo 27 longas-mentragens, um média e dois curtas, todos dirigidos por Renoir, além do documentário “Jean Renoir, o Patrão”, de Jacques Rivette. A administração do CCBB espera lotar pelo menos metade das sessões, que comportarão 98 pessoas.

“A mostra ainda está em andamento nas cidades de Brasília e São Paulo, mas a receptividade do público tem sido muito boa. Esperamos que o público do Rio aproveite essa oportunidade. Mas como março é um período em que os estudantes retornam às aulas, após as férias e o carnaval, gostaríamos de ter uma média de mais de 50% de ocupação diária por sessão no cinema”, deseja Sueli Voltarelli, gerente de comunicação do CCBB.

O centro cultural também vai oferecer um debate sobre Renoir, com a presença do curador Julio Bezerra, do professor João Luiz Vieira e do pesquisador Hernani Heffner, no dia 16, às 19h30. Além disso, um curso também será oferecido gratuitamente nos dias 13, 15 e 17, ministrado por Ruy Gardnier, crítico de cinema, jornalista e pesquisador.

“O foco será no estilo de Jean Renoir, tanto nos marcos históricos de linguagem, quanto na composição dos personagens. Se eu conseguir fazer os alunos perceberem tudo isso, já será de grande valia”, finaliza o professor. 

O Centro Cultural Banco do Brasil fica na Rua Primeiro de Março, 66, no Centro do Rio. De 1º a 27 de março, das 9h às 21h, de quarta a segunda-feira. Preço: R$ 10 (inteira). Censura: livre. Telefone: 3808-2020.