Pinturas com realismo fantástico

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“Hora do chá”, de Gunga Guerra, foi inspirado na história “Alice no País das Maravilhas”

Divulgação

De 26 a 29 deste mês, das 11h às 19h, a Galeria Scenarium recebe a “Semana de Arte Realista”, com uma exposição coletiva que reunirá obras de 14 artistas que apresentam suas diferentes percepções sobre o mundo contemporâneo através da estética realista. 

São eles: Gunga Guerra – radicado em Niterói – e Rodrigo Pedrosa – natural da cidade –, Alex Santos, Bel Magalhães, Brigida De Murtas, Carolina Canavarro, Claudio Vianna, Edna Schonblum, Giancarlo Scapolatempore, Gustavo Bandeira, Laura Vivacqua, Nikolas De Murtas, Pedro Pereira, Vitor Hudson. 

Gunga vai expor uma obra em que se utiliza de elementos da história inglesa “Alice no País das Maravilhas” para criticar um problema muito emergente no que tange a questões humanitárias: a imigração. Abusando do simbolismo e do surrealismo, o artista trabalha situações inusitadas e valores diferentes.

“O que me interessa é criar cenas que despertam a curiosidade. Penso no meu trabalho como uma aproximação com o realismo fantástico. Sempre tive interesse pela arte e minhas escolhas foram relacionadas às imagens de alguma forma. Gosto de experimentar técnicas e materiais diferentes. Também sou muito observador e, daí, vem a questão dos detalhes”, explica o artista. 

Gunga diz que a pintura é uma coisa relativamente nova em sua vida, mas que as curadoras Brigida De Murtas e Edna Schonblum tomaram conhecimento do seu trabalho através de um levantamento de artistas que se aproximavam mais da forma realista que elas procuravam. Como elas são artistas e possuem um ateliê na Fábrica Bhering – local onde ele tem amigos artistas –, a rede de contatos facilitou que seu trabalho fosse notado. 

Um de seus amigos é Rodrigo Pedrosa, escultor e pintor niteroiense que também tem um relacionamento um tanto recente com a pintura. 

“Faço escultura há 30 anos e comecei a sentir necessidade de expandir meu trabalho em busca de novos suportes. Quando recebi um convite para minha individual em Caravaggio, achei que era uma boa oportunidade de entrar de cabeça na pintura e assim o fiz. Levei 10 esculturas e 10 pinturas de grande formato para a Itália. O fato de pintar figurativo vem da minha experiência tridimensional dentro do mesmo tema, sempre focando o corpo humano”, pondera Pedrosa, que estará expondo quatro pinturas em formato díptico, em óleo sobre tela.  

Elas fazem parte da série “Deslocamentos”, onde coloca lado a lado situações que ocorrem ao mesmo tempo em lugares diferentes, formando, assim, uma terceira situação inusitada.