A comida é a maior rede social do mundo. Une pessoas, aguça os sentidos, constrói relações e promulga o amor através das energias das boas guloseimas.
O estudo da história da arte mostra o elo que muitas vezes não sabemos. A diferença entre um artista de verdade e um pretendente chinfrim. Na verdade o pressuposto do artista é provocar um sentimento, dar um sentido, as vezes transgredir. Ele usa de signos e ícones pra que nós sintamos algo. As vezes nos fazendo pensar, repensar ou mesmo pra transpor os paradigmas que formam as paredes das nossa "caixinhas".
Quando cozinhamos como forma de lazer, não há essa preocupação; na verdade, queremos provocar um só sentimento, o prazer. O prazer de se regojizar com a comida, o deleite da companhia e do momento. O cozinheiro se profissionaliza quando, com recursos e técnicas, é capaz de propositalmente provocar determinados sabores e reações nas pessoas. Para tal, usa de recursos pra que o comensal tenha uma impressão, uma emoção. Te parece meio viagem? Mas é exatamente assim. Quanto mais o cozinheiro dominar técnicas e obtiver recursos, mais potencializa sua capacidade de provocar esses sentimentos e fazer diferença.
Em verdade, essa máxima profunda da um certa poesia a cozinha profissional. Uma poesia que cada vez mais transcende a comida em si.
A experiência que envolve a comida em âmbito comercial, é maior que somente comida. Usamos maneiras de enriquecer e provocar, junto com a comida em sí, no atendimento, da recepção, nas opções de lazer... E é aí que vemos muitas iniciativas de enriquecer a sua experiência.
Todos já ouviram falar em degustação de vinhos harmonizadas, harmonizações com cervejas de diferentes tipos, combinações entre comidas diferentes, cada vez mais surgem novas alternativas. Essas, giram em torno dos sentidos.
Em lugares mais cosmopolitas, em países diferentes, sabemos de temáticas e eventos gastronômicos diferentes. Restaurantes no escuro pra sentir as texturas, cheiros, gostos de forma diferente, temáticas extremas que levam a outras realidades. Comida com música, bebidas diferentes, menus complementares, exóticos, diferentes.
Das iniciativas mais bacanas aqui por perto estão relacionadas aos estímulos, a reflexão. Iniciativas que misturam tipos de culinárias que combinam com opiniões e discussões de temas que se entrelaçam, de uma maneira ou de outra, provocando experiências gastronômicas únicas. Por exemplo, em breve, o Confraria, no Jardim Icaraí, vai emprestar seu Chef, Cesar Antunes pro Gracioso realizar um evento peculiar. Com um cardápio regado a culinária nordestina, um professor de filosofia vai comandar uma harmonização com ideias de Rousseau! Nos ateliês de culinárias não é diferente! O Lagareiro em Icaraí, constantemente tem aulas de história da e com gastronomia. Em tempo, a chef Carol Kalil, no seu Vem pra Cozinha, vai desvendar os mistérios e segredos dos pratos das Mil e Uma Noites.
Se permitir ir além da boa comida e fazer destes momentos realmente pontos marcantes em nossas histórias é poético. Poesia alimenta a alma. Precisamos de mais comida, e mais alimentos. Alimente, se permita esses momentos e vamos todos pra cozinha!
Poesia da Comida
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