Samba de terreiro, de muita batucada

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Costumo dizer que o samba é muito mais que um gênero musical, é um estilo de vida”, afirma Gustavo Carvalho, percussionista do grupo.

Foto: Divulgação

O começo despretensioso em rodas de samba na quadra da Mangueira, em 2005, já mostrava que os amigos que se reuniam em nome do samba não iriam parar por ali. Hoje o Grupo Arruda se apresenta em várias rodas de samba pelo Estado do Rio, inclusive na Toca da Gambá, no Barreto, onde estarão na próxima sexta-feira, dia 19, a partir das 20h30. “Sempre fomos frequentadores da escola. Levávamos a planta arruda aos encontros para espantar a inveja e o mau-olhado, pois a estrutura lá era precária. Com arruda abrindo os ares, conseguimos fazer rodas de samba inesquecíveis lá”, lembra o percussionista e produtor do grupo Gustavo Carvalho (Palmito). 

A formação atual do grupo, que dura quatro anos, vem dando resultado: Maria (vocal), Josy (vocal e pandeiro), Armandinho (cavaco), Vitor (violão), Popó (percussão), Marcelinho (tam-tam), Fabão (surdo) e Gustavo Palmito (percussão). Em 2014 lançaram o CD homônimo, com 13 faixas, produzido por Milton Manhães. Entre as canções estão “Batucada do Arruda”, “Nas mãos do tempo”, “Laço da Paixão” (de Toninho Geraes e Paulinho Rezende) e “Bem Te Vi”, de Claudinho Guimarães.  “Costumo dizer que o samba é muito mais que um gênero musical, é um estilo de vida. O samba, para nós, é o que nos move, é o que nos faz sair de casa para cumprir nosso trabalho, nossa missão. Quem tem o samba no coração tem a alma leve, e quem toca e sente o samba é feliz. Por isso nos consideramos realizados, independentemente do patamar que atingirmos no mercado. Ostentar para nós é conseguir pagar as contas e somos gratos por fazer isso com nossa arte, nosso samba”, celebra Gustavo Palmito. 

O padrinho do Arruda é o sambista Dudu Nobre. Também em 2014, os amigos venceram o concurso “Novos talentos do samba”. No repertório da roda de samba na Toca, além das canções do último disco, estarão também  clássicos do samba, de Cartola a Dorival Caymmi, de João Nogueira a Caetano Veloso, de Chico Buarque a Candeia, e de Jovelina a Stevie Wonder. “Nossa linha é de samba quente, de terreiro, de muita batucada e a galera nos adorou, graças a Deus, e nós retribuímos. A Toca é um dos lugares em que mais curtimos tocar. Além disso, nossa cantora, Maria Menezes, é niteroiense e sempre cantou na Toca”, comenta Gustavo. 

A vocalista do grupo, Maria Menezes é niteroiense

Foto: Divulgação

Ainda de acordo com o percussionista, não dá pra reclamar do momento atual do samba, pois ele é visto com respeito. Segundo ele, há muitas casas para se tocar e público crescente querendo consumir novas produções.  “Vejo alguns artistas se queixando de dificuldades, mas se compararmos com o samba de antigamente, em que os sambistas eram desconsiderados e chamados de vagabundos por cantar e tocar samba, temos que agradecer, sim, aos grandes mestres que passaram por isso e não deixaram a chama se apagar! Quem somos nós pra falar em dificuldades? Uma gravadora, um investidor, um apoio da grande mídia faz falta para quem faz samba de verdade, mas, hoje, há um canal infinito de divulgação que é a internet, e há, principalmente, muita gente querendo consumir! Então, mãos à obra! Viva o samba de antigamente e viva o samba atual!”, argumenta.