Som retrô sem soar datado

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O frontman do The Killers deixa um pouco de lado o rock habitual e se entrega aos sintetizadores em trabalho dançante

Divulgação



Flowers desenvolve sua versatilidade musical e lança o ótimo “The Desired Effect”, seu segundo trabalho solo e que confirma a boa voz e a boa mão para compor. “The Desired Effect” é todo oitentista e pode passar despercebido por um disco lá de 1984, e não de 2015.

Assim como em seu primeiro disco, “Flamingo”, Flowers volta a falar da sua cidade, Las Vegas, explorando os lados obscuros da cidade do pecado logo de cara, na vibrante “Dreams Come True”.

Ao longo do álbum, Flowers e o produtor Ariel Rechtshaid incluíram muitas baterias eletrônicas, mas baterias comandadas por músicos convidados também. Além de ótimas partes de sopro e muitos sintetizadores que transmitem tanto a vibe oitentista pretendida pelo artista quanto uma atmosfera de sonho. “Can’t Deny My Love”, primeiro single do trabalho, é totalmente retrô e uma faixa e tanto.

Destaque para “Lonely Town”, faixa que fala sobre as dificuldades da vida adulta, compara a velocidade de como ela gira a um brinquedo de parque de diversões e musicalmente faz uso de diversos clichês do pop de outros tempos: instrumentos de sopro, teclados, autotune e até mesmo solos vocais.

“The Desired Effect” foi feito para as rádios e pistas, mas o gosto retrô e anos 80 que Flowers e Reichtshaid extraem de cada refrão, cada virada da bateria e cada vez que o sintetizador entra em cena dá um gosto especial ao material.

Eclético e flexível, vai do mais direto (“Dreams Come True”) ao dançante (“Can’t Deny My Love” e “Lonely Town”), passando pelo romântico (“Between Me and You”) e flerta com o rock. É um álbum cheio de groove e de força que pede potentes falantes para espalhar sua musicalidade.