Tango e jazz no Municipal

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O trio de quatro instrumentos, que faz única apresentação na cidade, interpreta composições do próprio Rivera gravadas em vários países por artistas, assim como obras de compositores como Astor Piazzola e J. S. Bach

Divulgação

A música instrumental ganha destaque na cidade nesta sexta, quando o Blas Rivera Trio sobe ao palco do Teatro Municipal de Niterói às 20h para apresentar o show “Transversalidades”, um percurso musical que cruza culturas, terras, estilos e regiões por meio da música instrumental e dos ritmos sul-americanos.

O trio de quatro instrumentos é formado pelos músicos Blas Rivera (piano e saxofone), Davis Chew (violoncelos) e Martín Lima (bandoneon). No show, eles interpretam composições do próprio Rivera gravadas em vários países com artistas, assim como obras de compositores como Astor Piazzola e J. S. Bach. O repertório eclético traz tangos, milongas, candombes, forrós e muitos outros ritmos que influenciaram as carreiras dos músicos, mesclando principalmente erudito, tango e jazz.

“Tenho influências de muitas culturas, morei em vários lugares, cresci ouvindo rock, estudei jazz. O trio também é uma salada cultural e de nacionalidades. Por isso, essa mistura mostrada no repertório do show é muito mais uma consequência do que propriamente algo planejado. Sem preocupações com os rótulos. Somos pouco improvisados para jazz e improvisados demais para o tango”, brinca o compositor e arranjador Blas Rivera.

Natural de Córdoba, Argentina, o saxofonista, pianista, compositor e arranjador Blas Rivera, sob a influência do rock e da música clássica, apaixonou-se pelo jazz e bossa nova e atualmente leva seu tango-jazz por vários países do mundo.

Já violoncelista David Chew é provavelmente o mais carioca dos músicos ingleses. Apaixonado pelo Brasil e pela música de nosso país, se dedica ao elegante e amplo repertório de câmara para o seu instrumento. Rio de Janeiro tem os maiores nomes do instrumento para concertos. 

E ainda, o argentino Martín Lima que nasceu Buenos Aires. Estudou com destacados bandoneonistas como Martín Benedetti, Osvaldo Montes, Néstor Marconi e Martín Sued. Entre os anos de 2001 e 2004, integrou as orquestras típicas de tango Camino Negro, Indústria Típica e La Winco.

“Transversalidades” estreou no Rio de Janeiro em abril deste ano. Nesse trabalho, Blas faz música popular em sua raiz, tratada com técnicas eruditas e uma combinação de timbres de instrumentos que nasceram eruditos, como sax e bandoneon, mas que na composição do artista se transformam em populares.

O espetáculo é uma realização da ONG Comunidade Carioca e, segundo a própria produção, é uma mistura das terras, Argentina, Brasil e Inglaterra, num mosaico sonoro.
“Essa organização não governamental é completamente envolvida com a arte e, há algum tempo, nos ofereceram uma parceria. Um trabalho que oferece aprendizado de várias expressões artísticas para meninos carentes. A concepção desse show é apenas uma pequena parte do que a gente desenvolve com eles”, revela o músico.

Além da diversidade de ritmos, a apresentação também contará com a participação especial dos bailarinos de tango Cecília Gonzalez e André Carvalho, numa coreografia que traz ao público um clima contemporâneo dos ritmos sul-americanos. 

“Fora a Índia, o Brasil é o país mais rico em diversidade musical que conheço. Acho que o espaço para música instrumental é menor do que deveria, mas em compensação o envolvimento do público é algo extraordinário. Em alguns lugares, a gente pode até ter mais apoio, mas a plateia é fria. Para mim, tocar no Brasil é um paraíso, enquanto artista. Um povo sem preconceitos e de coração aberto. Além disso, retornar ao palco do Municipal de Niterói depois de 17 anos é um imenso prazer. Espero que o público tenha a oportunidade de comparecer e possa se divertir com a gente”, conclui o compositor em tom de convite. 

O Teatro Municipal de Niterói fica na Rua Quinze de Novembro, 35, Centro. Sexta, às 20h. R$ 60,00 (inteira). Censura: livre. Telefone: 2620-1624.