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Cantor e compositor promete uma apresentação que perpassa os 40 anos de carreira

Foto: Divulgação/Vânia Toledo

Dia 14 de setembro, a partir das 21h30, a Associação Atlética Banco do Brasil de Niterói (AABB) recebe o cantor e compositor paulista Guilherme Arantes, em uma apresentação de comemoração dos seus 40 anos de carreira. 

“Para mim, é uma oportunidade de estar com o público da cidade, que é sempre muito bom. Sempre fiz shows quentes aí, o pessoal é bastante fã. É um show que vai privilegiar essas lembranças panorâmicas do público”, lembra o cantor.

Ao som de “Meu mundo e nada mais”, “Pense Bem”, “Planeta Água”, os fãs niteroienses poderão relembrar seus maiores sucessos, revivendo algumas das canções que fizeram história na música nacional. 

“O show traz algumas músicas novas, mais para dar um gosto do que é o trabalho mais recente autoral - os discos ‘Condição Humana’ e ‘Flores e Cores’ -, mas o grosso do repertório mesmo serão as músicas consagradas da década de 70, 80, algumas dos anos 90 também. Basicamente tocarei as músicas mais conhecidas”, adianta o artista.

Do seu trabalho autoral mais recente, ele destaca uma música que fez para o novo disco da Gal Costa, que se chama “Puro Sangue (O libelo do perdão)”. 

“É uma canção importante, que tem uma letra muito bonita, em torno dessa época que estamos vivendo. Época de reversão de costumes, de correntes muito conflitantes. É meio que um manifesto em prol da diversidade, das pessoas terem liberdade de escolher como querem ser”, reflete. 

Guilherme tem como característica marcante em suas letras a presença de manifestações que dizem respeito a questões referentes à ecologia, ao amor e à liberdade. 

“Sou de várias eras. Consegui atravessar várias épocas e camadas. Consegui fazer muita coisa que hoje seria impensável. Antigamente, tínhamos uma televisão muito mais privilegiada no campo da música. Hoje, a música é mais uma das atrações da televisão, não é mais a atração. Quanto mais você vai para trás, é possível ver que a televisão estava vivendo uma herança do rádio, então os musicais eram as grandes atrações quando se montou a televisão no Brasil”, recorda Guilherme Arantes, que atribui o engajamento presente em seu trabalho a uma condição comum aos artistas de sua época. “Os músicos de nossa época foram muito privilegiados. Você conseguia ter em um único programa artistas e bandas tão díspares como Legião Urbana e Dicró. Isso é uma coisa incrível, porque foi uma era de grande democracia nos meios. A gente conseguia fazer um grande crossover social”. 

Apesar de enaltecer a glória conquistada por sua geração e a troca favorável que se estabelecia entre os artistas, ele elogia a liberdade com que alguns cantores e compositores jovens têm trabalhado. 

“Acho que há artistas que investem na manifestação de uma coisa geracional. Hoje, aqui no Brasil, eu destacaria o pessoal do neofolk brasileiro, que seriam artistas como Ana Vilela, Anavitória, Tiago Iorc e outros que são extremamente acústicos, que apostam em uma juventude mais leve, mais livre, que contraria essa tendência do mercado de coisas muito específicas, como a tendência da balada”, avalia. 

Para retratar a “boa safra” da MPB atual, ele usa como exemplo a música “Trem-bala”, da cantora Ana Vilela, que se tornou um hino da empatia e chamou atenção de personalidades como Gisele Bündchen e Padre Fábio de Melo.
 
“Ela é uma artista do Centro-Oeste do Brasil que nasceu em um meio sertanejo. E ela propõe com a música toda uma reflexão sobre a vida e sobre o que é válido na vida. Eu acho que é uma música importantíssima, que parece com um manifesto ‘neohippie’. É uma linha que parece muito com o movimento hippie da nossa época. Então, não podemos dizer que não exista um ativismo jovem em busca de uma linguagem que não seja embrutecida. Vejo isso com bons olhos”, conclui. 

A AABB-Niterói fica na Rua Hélio da Silva Carneiro, 78, em São Francisco. Dia 14 de setembro, às 21h30. Preços: de R$ 50 a R$ 100 (inteira). Classificação: 18 anos. Telefone: 2611-3155.