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Maksin Oliveira exerce a função de narrador, assumindo as identidade de múltiplos personagens

Foto: João Julio Mello / Divulgação

Há cinco anos viajando o País, e com duas breves passagens por Niterói, o espetáculo “O Incansável Dom Quixote” retorna neste fim de semana ao Teatro da UFF para mais uma curta temporada, de sexta (15) até domingo (17), às 20h. Uma boa oportunidade para quem ainda não conseguiu ver a elogiada montagem.

A adaptação do romance de Cervantes para o palco se dá a partir da performance de um único ator em cena. Maksin Oliveira exerce a função de narrador, assumindo as identidade de múltiplos personagens. Ora ele é o próprio Dom Quixote, ora é Sancho Pança ou Dulcinéa, ou até mesmo o cavalo Rocinante. A direção é de Reinaldo Dutra.

“Essa é uma abordagem do livro para a peça. Um olhar contemporâneo sobre essa obra clássica. Afinal, a gente está falando sobre o livro mais lido e estudado do mundo. A peça é feita das escolhas do que nos tocou nesse clássico, principalmente os questionamentos sobre loucura e sanidade”, destaca Maskin. 
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Com 60 minutos de duração, o espetáculo reúne de forma lúdica várias histórias fantásticas sobre o famoso cavaleiro Dom Quixote, que sai de casa com o desenfreado desejo de transformar o mundo em um lugar melhor. Ao lado de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, sua incrível jornada é recheada de humor, lirismo e provas de obstinação. 

Ora ele é o próprio Dom Quixote, ora é Sancho Pança ou Dulcinéa, ou até mesmo o cavalo Rocinante

Foto: João Julio Mello / Divulgação

“Acredito que essa história está sempre em evidência pela genialidade desse personagem desajustado e inconformado. Alguém que quer transformar as coisas. O que mais tem encantado as pessoas nesses anos é o trabalho de ator, que, sem elementos nem cenário, consegue fazer a platéia visualizar tudo que é contado. E também, claro, a própria história da peça, de uma pessoa obstinada, que luta para seguir seu sonho”, revela o ator.  

Neste premiado solo narrativo, o ator tem que permanecer num constante estado de atenção e presença para criar uma relação de troca com os espectadores. Cenicamente, tudo se resume a uma mala, um ator, a plateia e o jogo. 

“No começo, há cinco anos, era uma grande comédia, mas a gente começou a mexer para que esse riso viesse junto com uma reflexão. A peça hoje chegou a um nível que faz com que as pessoas olhem para si”, revela o ator. 

Uma abordagem moderna de um dos maiores clássicos de todos os tempos, ainda que estabelecendo diversas relações com os períodos medieval e barroco. Na narrativa criada, Dom Quixote e Sancho Pança são apresentados como personagens que se relacionam, se problematizam e se modificam no decorrer dessa peça que sobe mais uma vez aos palcos niteroienses. 

“O Teatro da UFF é um dos melhores do Brasil  e fazer uma temporada nesse local, ainda que curta, é uma grande honra. Toda equipe está ansiosa para receber os niteroienses”, conclui Oliveira. 

O Teatro da UFF fica na R. Miguel de Frias, 9 , Icaraí, Niterói. De sexta a domingo, 20h. R$ 40 (inteira). Classificação: 12 anos. Telefone: 3674-7515