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Dona Coisa (Vilma Melo) e a empregada Fulaninha (Nathália Dill) vivem os altos e baixos da relação entre a patroa e a empregada doméstica. O ator Rafael Canedo completa o elenco, como o namorado enrolado de Fulaninha
Divulgação
Um dia, uma jovem do interior repleta de ideias decidiu largar tudo e correr atrás dos seus sonhos. Chegando na cidade grande, ela encontra seu espaço como empregada doméstica na casa de uma mulher independente, que não gosta de proximidades em seus relacionamentos. Este encontro inusitado e comum à história de tantos brasileiros resultou na comédia “Fulaninha e Dona Coisa”, de Noemi Marinho, que estreia nesta sexta no Teatro Municipal de Niterói para temporada na cidade às sextas e sábados, às 20h, e domingo às 19h. A peça fica em cartaz até dia 10.
“O espetáculo fala das possibilidades e ambiguidades que podem existir numa relação entre um personagem opressor e um oprimido”, comenta o produtor e idealizador do projeto, Eduardo Barata.
A comédia revela as dificuldades encontradas diariamente na convivência entre a patroa Dona Coisa (Vilma Melo) e a empregada Fulaninha (Nathalia Dill). Em um período da história brasileira de recentes transformações nos direitos trabalhistas dos empregados domésticos, o espetáculo se faz necessário.
“A peça fala, através do humor, sobre as relações de trabalho, patrão e empregado. Temas diretamente ligados à atualidade, com um olhar engraçado, mas também contemporâneo. A montagem aprofunda esta questão da relação entre empregador e a empregada doméstica”, explica o diretor Daniel Herz, que acredita que a ideia é fazer uma brincadeira que gere uma reflexão, de maneira que as pessoas se identifiquem com o que assistem. “Fulaninha e Dona Coisa” mostra a imensidão do Brasil sintetizada na relação apaixonante, cruel e afetuosa entre patroa e empregada”, sintetiza Herz.
Em cena, os problemas enfrentados por Dona Coisa e Fulaninha muitas vezes são resultados das trapalhadas da própria empregada, que vive aprontando confusões, como no dia em que Fulaninha confunde a piscina do prédio chique com um açude, ou nos vários sustos com o telefone e com o elevador. E ainda tem o namorado enrolado (Rafael Canedo), um técnico de telefonia.
Mesmo com tantas histórias e novidades da vida na cidade grande, Fulaninha consegue ser esperta e usar a inteligência para conquistar a patroa e superar os problemas, como tantas outras empregadas domésticas do Brasil, e, assim, viver bem neste relacionamento.
“Esse processo vai de encontro a um teatro mágico e transformador. Todos nós do elenco, direção e produção estamos apaixonados por essa montagem”, admite o ator Rafael Canedo.
O espetáculo é antigo, foi encenado pela primeira vez em 1990, mostrando os laços criados pela convivência diária da relação, que proporcionam alguns excessos cometidos por ambas as partes.
Na encenação da época, a personagem Dona Coisa admitia a empregada com muitas exigências, comuns à realidade do período, como dormir no local e trabalhar nos fins de semana. A patroa ainda interferia na vida da empregada, sugerindo que ela não namorasse nem passeasse pela cidade, como um meio de zelar por sua integridade. Fulaninha, sem saber sobre seus direitos e por gostar de sua patroa, acatava essas exigências e aproveita para curtir a casa como se fosse sua. Agora, com este novo elenco, o espetáculo faz sua pré-estreia em Niterói. A atriz Vilma Melo não esconde a ansiedade pela estreia na cidade.
“Espero que o público se divirta, assim como nos divertimos nos ensaios. Apesar das gargalhadas, tocamos em uma relação sob vários ângulos, como do ponto de vista financeiro. Esperamos através da peça que muitas pessoas se identifiquem e se espelhem, de uma forma ou de outra”, espera a atriz.
O Teatro Municipal de Niterói fica na Rua Quinze de Novembro, 35, Centro de Niterói. Até 10 de setembro, sexta e sábado às 20h e no domingo às 19h. Preço: R$ 60. Censura: 12 anos. Telefone: 2620-1624.
Uma estranha relação
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