A disparada de preço dos alimentos é uma realidade que vem afetando o orçamento mensal dos trabalhadores. No entanto, o valor dos itens da cesta básica varia de acordo com as regiões. Na Zona Sul da cidade, por exemplo, o preço da maçã chega a ser 140% maior do que nos estabelecimentos do Centro e o valor do pimentão já alcança a margem de 80% superior. Por isso, os niteroienses devem recorrer as pesquisas de preço nos bairros vizinhos para driblar os reajustes e garantir economia.
Em um hortifrúti, no bairro de Icaraí, o quilo da maçã impressiona os consumidores. A fruta que costuma ser comercializada à R$ 3.99 na região, está custando R$ 11,99 o que representa um aumento de 200%. Outro item que sofreu reajuste foi o pimentão verde que subiu de R$5.99 para R$ 10.79, o equivalente a uma alta de 80%.
Em um estabelecimento, no Centro, os alimentos também apresentam aumento, porém, o reajuste é 134% menor, do que na Zona Sul. De acordo com funcionários do local, a maçã está saindo a R$ 4.99, mas há duas semanas a fruta estava sendo comercializada por R$ 2,99. Já o pimentão, que custava R$ 3, está sendo vendido por R$ 5.99.
“O preço desses alimentos variam em determinados bairros, por questões que envolvem valor socioeconômico e margem de lucro. Um estabelecimento que atua em um território residencial, na Zona Sul, costuma aplicar uma porcentagem maior de lucro sobre o produto, porque paga tributos mais altos. As lojas do centro, prezam pela economia, uma vez que disputam a preferência do freguês com a concorrência. Por isso, elas apostam nas promoções,”, afirma o encarregado de um estabelecimento no Centro, Jonathan Santos.
Além desses alimentos, o preço da batata e da cenoura também chama a atenção. Enquanto nos hortifrútis da Zona Sul, o preço da cenoura varia entre R$ 8.59 e R$8.99, nos estabelecimentos do Centro e da Zona Norte o legume pode ser encontrado a R$ 6,99. O quantitativo representa uma diferença de 22% entre as regiões. No Centro Estadual de Abastecimento (Ceasa), no bairro do Colubandê, o valor do saco de 50 quilos do legume custa R$ 80.
A batata, que costumava ser um dos itens mais baratos da cesta básica, segue a mesma margem de reajuste na Zona Sul, onde chega a ser comercializada por R$ 5.29. Nos estabelecimentos do Centro, o produto está saindo por R$ 2,99 e no Ceasa a caixa com 50 quilos custa R$ 80. Segundo o comerciante, Sirlei Carvalho, 62 anos, as fortes chuvas, que caíram sobre a região Sudeste, afetaram a produção da leguminosa e colaboraram para o aumento dos produtos agrícolas.
“Essa época é sempre muito difícil, porque as safras não se adaptam às chuvas de verão. Por isso, os agricultores elevam os preços, alegando escassez e baixa produção para consumo interno. Consequentemente, quem paga pelo aumento é o consumidor, que precisa fazer pesquisa de preço para garantir uma mercadoria com baixo custo,” afirma.
De acordo com o economista André Bráz, os aumentos estão relacionados à sazonalidade do período que influi na redução das ofertas e na alta dos preços, em todas as regiões.
“Os custos para o cultivo estão subindo, devido a uma série de fatores socioeconômicos. O aumento dos combustíveis, por exemplo, encarece o frete e a desvalorização do real torna os produtos químicos, como adubos e fertilizantes, mais caros. É válido ressaltar, que o reajuste do salário mínimo também encarece a mão de obra e contribui para o aumento dos custos”, explica.
Preços estáveis – Segundo os comerciantes, as frutas são os alimentos que se adaptam melhor as mudanças climáticas. Por isso, os preços da laranja e da banana prata não sofreram alterações significativas. No Centro, a laranja custa R$ 2.49 e na Zona Sul, o preço varia entre R$ 2.69 e R$ 2.99. Já a banana prata, está sendo comercializada a R$2.89, na Zona Sul e no Centro. Ainda segundo os comerciantes, a maçã não se enquadra na tabela de preços estáveis, porque está fora da época de safra.